Além de apagão e racionamento, consumidores enfrentam cobranças exorbitantes

"Pagava R$ 270 de energia, agora veio R$ 1,5 mil", reclama amapaense sobre fatura de luz.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Além do apagão no Amapá e rodízio no fornecimento de energia no estado, consumidores estão tendo que lidar com mais um velho problema: cobranças exorbitantes na conta de luz. Os valores passam de R$ 1.500 nos boletos de novembro, o que tem gerado centenas de reclamações.

É a realidade de Valdete Rodrigues, de 38 anos. A consultora de vendas mora com a filha em um apartamento no bairro Pacoval, área norte de Macapá. Normalmente pagava cerca de R$ 270 na conta de energia, mas este mês ela teve uma surpresa.

Aumento exorbitante

“Mesmo não tendo energia, o que dá a entender que venha um valor menor, meu talão veio R$ 1,553,40. É um absurdo. Vivo viajando e minha filha na casa do namorado. Querem [CEA] alegar que é retroativo, mas não tem como, sempre paguei tudo em dia. Vim em busca dos meus direitos”, reclamou.

Neste caso, isso representa o aumento de 458,56% entre as duas últimas contas. Ou seja, é como se Valdete pagasse em um único mês o equivalente ao consumo de quase cinco meses.

Após enfrentar uma fila e duas horas no atendimento, Valdete conseguiu reduzir o valor para R$ 567,94. Mas ela ainda não está satisfeita em ter que pagar mais que o dobro do que pagava.

Valdete Rodrigues teve aumento de 458,56% entre as duas últimas contas. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Após reclamação ela conseguiu abatimento no valor

“Eles viram que o valor de R$ 1.553,40 estava errado. Mas ainda estão contando acúmulo dos outros meses de pandemia, quando eu estava pro Bailique e ninguém estava em casa. Agora vou ter que pagar para irem fazer a leitura lá”, contou, insatisfeita.

Já o corretor de saúde Reinaldo Sousa Rodrigues, de 56 anos, recebeu dois talões de energia no mês de novembro. Somando os dois resulta no valor de R$ 1,2 mil. O problema, é que ele mora sozinho e passa o dia fora, e só utiliza a casa para dormir.

Reinaldo Sousa: “É sem cabimento”

“É um absurdo, meu amigo, dois talões num mês que não temos energia e pra uma pessoa que vive na rua trabalhando? É sem cabimento. Quero diálogo para resolver o problema, mas eles ainda tratam a gente mal. Deixo um conselho, para que as pessoas busquem a CEA porque se não o consumidor vai ser lesado mesmo”, sugeriu.

Nesta terça-feira (17), no 15º dia da crise energética que afeta 13 dos 16 municípios do estado, a movimentação era intensa na Central de Atendimento da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).

Procurada a estatal não se manifestou até o horário desta publicação.

Nesta terça-feira (17), a movimentação era intensa na Central de Atendimento da CEA

Seles Nafes
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