Por RODRIGO ÍNDIO
O clamor por energia integral no Amapá vem ganhando as ruas de Macapá com protestos motivados pela revolta da população. Também estimuladas pela falta de respostas e solução lenta para o apagão, que iniciou no dia 3, algumas manifestações são pacíficas, outras são marcadas por conflitos com as tropas de choque da Polícia Militar.
Com gritos de ordem, os manifestantes provocam chamas em pneus, em pedaços de madeiras, e bloqueiam vias. As manifestações são legítimas previstas dentro da Constituição Federal, desde que eles sejam ordeiras, pacíficas e que não impeçam o direito de ir e vir ou cause crimes ao meio ambiente, determina a legislação.
De acordo com a PM amapaense, até a noite de quarta-feira (11), pelo menos 65 manifestações foram identificadas. Neste mesmo dia foram 12 focos. Desses, 10 atos foram debelados sem maiores problemas, mas 2 foram críticos.
Entre esses casos está o do estudante de 13 anos que foi atingido no olho direito por um disparo policial de bala de borracha. O caso foi relatado pelo Portal SelesNafes.Com.
De acordo com o comandante da PM, coronel Paulo Matias, o primeiro ocorreu na rodovia JK, em frente ao Bioparque da Amazônia, onde houve confusão ao serem feitos disparos de arma de fogo contra a manifestação.
“Ninguém sabe de onde vieram os disparos por conta da escuridão. Foi um risco que militares e a população correram, devido às ações desordenadas”, detalhou Matias.
O segundo foco mais grave foi no conjunto Macapaba, na zona norte de Macapá (foto de capa), onde foi fechado a rodovia de acesso ao interior do estado. Houve ato de vandalismo e também foram feitos disparos de dentro do habitacional contra os policiais que tiveram que se abrigar.
“Houve descontrole da manifestação e foi necessário o uso de bala de borracha e material químico menos letal. A UPC que estava prestes a ser inaugurada foi depredada. Foram furtados geladeira, bebedouros, botijões de gás e um extintor. Quem perde com isso são os próprios moradores. A gente sabe que é difícil, mas pede um pouco de compreensão a sociedade nesse sentido em que as manifestações sejam feitas de forma ordeira”, finalizou Matias.
Nesta quarta-feira, foi feito um planejamento operacional para evitar esse tipo de acontecimento e atos que venham gerar danos físicos e materiais, segundo o comandante da PM.