Por RODRIGO ÍNDIO
No dia de seu aniversário de 48 anos, Dileia Mendes Rodrigues tirou 40 minutos de seu tempo para ceder alguns mililitros de sangue e ajudar a salvar até 4 vidas. Nos últimos 14 anos esta é sua rotina: doar sangue rigorosamente três vezes ao ano. Hoje, ela concretizou a realização de um sonho.
Vendedora de perfumes, Dileia tem o tipo sanguíneo A+. Ao doar regularmente, atende ao perfil desejado pelo Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Amapá (Hemoap) que abastece os hospitais de todo o Estado.
Neste período, tornou-se uma das mais antigas colaboradoras da unidade. Depois de recrutar o marido para ser doador em 2006, ela também passou a ser em 2009, doadora de medula óssea.
“Foi o meio que arranjei de ajudar as pessoas, já que não custa nada vir e doar. Me sinto bem e feliz com este ato de amor por alguém que nem conheço, mas sei que precisa”, disse.
Para quem tem medo do procedimento ela explica que é tudo rápido e tranquilo. Orgulhosa, ela diz ser o melhor aniversário de todos.
“Imagine você celebrar a vida sabendo que ajuda a salvar a vida de alguém, mostra sua importância na terra. É o aniversário mais marcante, é a primeira vez que coincide que minha data de doar caia no mesmo dia, é a realização de um sonho simples, mas verdadeiro”, revelou.
Em todos esses anos a doadora contribuiu com mais de 40 bolsas de sangue, que puderam ajudar cerca de 160 pessoas.
No Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado nesta quarta-feira (25), o Hemoap preparou um dia especial cheio de ações para os doadores.
Ruan de Lima Cavalcante, de 20 anos, saiu cedo do município de Santana, a 17 km de Macapá. Motivado pela irmã, que é doadora há 3 anos, ele decidiu doar pela primeira vez.
“Com toda essa situação que estamos vivendo, ajudar como puder é a melhor alternativa. Ainda mais quando a pessoa precisa de apoio para viver. Eu pretendo ser doador por um bom tempo”, garantiu o jovem.
De acordo com Clayanne Queiroz, chefe do Serviço de Captação e Orientação Social (Scos), para ser um doador de sangue é preciso estar saudável, bem alimentado, pesar no mínimo 50 kg, ter entre 16 e 69 anos de idade e apresentar um documento de identificação oficial com foto.
Menores de 18 anos precisam ir acompanhados dos pais para assinar um termo de autorização para realizar a doação. Após o cadastro no Hemoap, o voluntário passa por triagem em que são avaliadas as condições de saúde.
“Quem teve covid-19 precisa aguardar 30 dias após o desaparecimento dos sintomas e se teve gripe comum aguardar 14 dias após o desaparecimento dos sintomas”, explicou Clayanne.
Após a doação, são realizados exames laboratoriais para análise da amostra, além da identificação do fator RH, quando são feitas pesquisas de anticorpos irregulares.
Durante a coleta, cada voluntário doa cerca de 450 ml de sangue. Antes de ser transfundido, o material passa por testes e exames sorológicos.
A demanda de doações no Hemoap ainda é baixa, e quem tiver interesse pode procurar o Hemocentro localizado na Avenida Raimundo Álvares da Costa, esquina com a Rua Jovino Dinoá, no horário de 7h30 às 13h30.