Por SELES NAFES
Caminhões de grande porte estão esperando até dois dias na Rodovia Duca Serra, próximo do Distrito Industrial de Santana, no Amapá, para passar por uma balança e depois levar minério de ferro para ser embarcado. O cenário de filas, apesar de aparentemente negativo, na verdade pode ser o final de um longo período sem atividades numa das principais vocações do Amapá: a mineração. Veja o tamanho da fila.
O Portal SelesNafes.Com apurou que o minério já estava acumulado em Mazagão há alguns anos, mas só agora está sendo retirado pela Unagem.
A empresa era de capital canadense, mas recentemente passou para o controle acionário de uma holding brasileira/americana, com participação de um grupo empresarial do Ceará.
Ao todo, na primeira fase, oito navios levarão mais de 400 mil toneladas para a China. A empresa também está reativando a planta no distrito do Cupixi, entre Porto Grande e Mazagão, para reiniciar a extração.
Após o desabamento do porto da Anglo/Zamin, em 2013, o escoamento pela estrada de ferro ficou inviável. Por isso, o minério está sendo retirado com caminhões que levam tudo para o porto da Companhia Docas de Santana (CDSA), onde é feita uma adaptação que permite o embarque nos navios.
O presidente da CDSA, Glauco Cei, chama a atenção para a quantidade de empregos e renda que é gerada a partir do embarque de minério.
“Um navio gera 350 empregos diretos, fora os indiretos. São mais de 100 caminhoneiros, e pedimos à empresa que priorizasse a contratação de caminhões aqui do Amapá”, comentou.
“Para você ter uma ideia: logo que a operação de embarque começou, as lojas de pneus de caminhões venderam todo o estoque”, acrescentou, referindo-se ao movimento que a atividade faz em vários segmentos.