Por ARTEMIS ZAMIS, empresário e articulista
Estamos nos aproximando do Natal, a data em que o cristianismo comemora o aniversário de Jesus. Nosso Natal será em um mundo totalmente diferente daquele que estávamos acostumados a passar, por conta da pandemia da covid-19 que ainda perdura e se espalha por todo o planeta, dizimando milhares de pessoas e contaminando outras tantas.
Ainda teremos um Natal sem a tão aguardada vacina, mas que com certeza será um Natal de esperança que ela logo chegue e traga de volta um pouco de nossa vida normal ou quase normal.
As comemorações desse Natal em muitos lares terão cadeiras vazias na mesa da ceia, uma, duas ou mais. Em algum lugar, alguém deixará de abraçar um parente ou um amigo que lhes foi tirado repentinamente pela pandemia.
Em algum momento o sorriso, tradicional dessa data, poderá dar lugar a um choro contido e saudoso. Nossa geração nunca havia passado por algo tão inesperado e devastador. O Brasil foi um dos países mais afetados e menos assistido pelas autoridades competentes.
Desprezaram e subestimaram o vírus, trataram-no atabalhoadamente, e por vezes, com deboche e ironias descabidas. Dificultaram estudos e protocolos de tratamento. Foi um começo triste e desesperador para a classe médica que por desconhecer quase tudo da doença e tendo que lidar com os embaraços das autoridades de saúde, nos trouxe um dos piores resultados de contaminação e óbitos do mundo.
Hoje, estamos no limiar de uma segunda onda e não temos nenhuma medida de contenção séria e efetiva. As aglomerações continuam indiscriminadamente em bares, baladas, praias, estradas como se a pandemia já tivesse terminado. Máscaras são desprezadas, protocolos de distanciamento são desrespeitados e pessoas estão surtando com atitudes violentas como no caso de um cidadão que agrediu um outro em um restaurante, simplesmente por ter tossido à mesa em que se preparava para fazer uma refeição.
Mas é Natal. Será, sim, diferente de todos, mesmo para os que não perderam algum ente querido. Será diferente por termos tido um ano sem empregos, sem saúde, sem perspectivas econômicas, sem um plano econômico consistente que vislumbre um horizonte promissor para todos.
Tivemos aumentos astronômicos de produtos básicos como o gás de cozinha, e da cesta básica, supressão do auxilio emergencial que embora pequeno, ajudava milhares de pessoas a proverem um sustento mínimo que fosse.
Mas é Natal. Se não pudermos ter a alegria de sempre, que tenhamos a coragem de prosseguir na luta por um mundo melhor, coragem de lutar por nosso país e por nossos irmãos que sofrem em algum lugar desse imenso território.
Que possamos ter união e força para promovermos um recomeço onde todos possam ter os seus sonhos de volta e a liberdade de alçar novos voos em busca de uma vida melhor pra si e para os seus.
Que a palavra amizade deixe de ser apenas um substantivo e seja calor, afago, consideração, amor e sinceridade.
O mundo vai precisar que todos os dias sejam sempre de um Feliz Natal.