A dinâmica da maldade

Processo revela detalhes do assassinato de um casal em Porto Grande. Juíza marcou julgamento da filha que ajudou namorado a matar os próprios pais
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Por SELES NAFES

A juíza Marina Vidal, da Vara Única de Porto Grande, cidade a 105 km de Macapá, marcou para o dia 1º de fevereiro o julgamento de Bruno Correa Fonseca e Fabíola de Souza Leão. Eles estão presos pelo duplo homicídio dos pais de Fabíola, ocorrido no começo de 2020. Na decisão que pronunciou o casal, o processo narra detalhes chocantes e afirma que a filha participou ativamente do assassinato do próprio pai e, em seguida, da mãe, morta com uma facada no pescoço.

O crime ocorreu por volta das 2h30min da madrugada de 6 de janeiro, no Bairro Área 6, um dos mais populosos de Porto Grande. Bruno e Fabíola tinham dois filhos, mas estariam impedidos pelos pais dela de continuarem com a união estável, por isso teriam decidido matar Marcos Leão Borges e Marilene Conceição de Souza.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, baseada no inquérito da Polícia Civil e laudos periciais, o primeiro a morrer foi pai. Ele estava na cozinha quando foi imobilizado por Bruno para que Fabíola pudesse disparar um tiro de arpão de pesca. Em seguida, a vítima ainda foi esfaqueada por Bruno.

A cena foi presenciada por um irmão de Fabíola, que é adolescente, e testemunhou no processo. O garoto disse que ela não se demonstrava arrependimento e em nenhum momento pediu para que não fosse acusada pelo crime.

Mãe foi morta no quarto. Foto: PC-AP

Casal foi morto com golpes de arma branca

A mãe

Com a confusão, a mãe, Marilene Conceição de Souza, acordou, mas logo foi silenciada pela ação conjunta de Bruno e Fabíola, que a mataram com uma facada no pescoço, de acordo com a denúncia do MP.

Quando a polícia chegou na residência das vítimas, a mãe estava morta no quarto e o pai, também morto, estava caído na cozinha com o arpão ainda fincado no peito. Policiais civis relataram que Fabíola estava calma, embalando os filhos em uma rede.

No entanto, pressionada, ela acabou confessando o crime e os dois foram presos em flagrante. A prisão foi convertida em preventiva e os dois continuam na Penitenciária do Amapá, onde aguardam o fim do processo.

Bruno teria imobilizado o pai de Fabíola para o tiro fatal. Fotos: Olho de Boto/SN

Fabíola disparou arpão no pai, diz MP

Os dois foram denunciados por homicídio duplamente qualificado pelo motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das dívidas. No caso de Fabíola, os crimes são considerados parricídio e matricídio.

“Enfim, do que se tem até este momento – fase do sumário da culpa – há indícios de que os acusados agiram em comunhão de desígnios, com liame psicológico e ceifaram a vida das vítimas por motivo insignificante, bobo, mesquinho”, comentou a juíza, que também decidiu manter os dois presos.

Seles Nafes
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