ONG que ajuda crianças com câncer é roubada; ativista fala em desistir

Sede da organização, localizada na zona sul de Macapá, foi arrombada duas vezes só nesta semana.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

A sede da Organização Não Governamental (ONG) Carlos Daniel, no Bairro Buritizal, zona sul de Macapá, que ajuda crianças com câncer a conseguirem tratamento, foi invadida e furtada na noite desta terça-feira (19) e na tarde desta quarta-feira (20).

Agenilson Silva, o Tinho, que iniciou a ONG após perder o seu filho Carlos Daniel para o câncer, está decepcionado, cansado de não ter apoio e pensa até em fechar a instituição.

Ladrões danificaram a instalação elétrica para evitar serem vistos. Fotos: Divulgação

A gota d’água, foi este furto. Ele foi avisado pela vizinhança que um homem estava rondando a sede e depois passou carregando fardos de fraldas, que a entidade recebe de doações para repassar às famílias carentes que lutam contra o câncer.

Chegando no local, Agenilson percebeu que o relógio da caixa de eletricidade estava danificado e que os ladrões conseguiram levar dezenas de fardos de fraldas, de papel toalha e de papel higiênico. Só não furtaram mais porque arrombaram a janela, mas não passaram pela grade.

Um dos fardos de fraudas furtados foi recuperado

A Polícia Militar foi acionada e foi até o local, constatou o furto e fará diligências para tentar encontrar o homem indicado pela vizinhança.

Agenilson ainda conseguiu recuperar um dos fardos, que o ladrão já tinha vendido em uma construção próxima. Um operário que tem filho pequeno, comprou quando o ladrão lhe ofereceu o fardo inteiro de fraldas por R$ 50. O trabalhador soube que a sede da ONG havia sido furtada e acabou devolvendo.

Agenilson já mandou consertar a energia elétrica para dificultar a ação dos ladrões com as proteções, mas confessou cansaço e desânimo.

“Desanimador mesmo. Eu já tô com isso de fechar a instituição por falta de apoio. Tô cansado. Quero desistir, mas, ao mesmo tempo, penso nessas crianças e adolescentes com câncer, nessas famílias carentes, quem é que vai ajudar? Eu já conheço todos os caminhos, por ter a experiência, por ter passado pela dor que muitos que perderam como eu. Eles me veem como uma esperança e isso é o que me prende ainda ao trabalho, mas a falta de apoio aqui no Estado, é grande”, lamentou Agenilson.

Seles Nafes
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