Reviravolta: motorista de BMW é preso; VÍDEO mostra a colisão

Dawson da Rocha Ferreira, de 39 anos, dirigia um BMW, Classe A, que colidiu com um celta e matou duas pessoas, um homem e uma mulher.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Numa reviravolta motivada por protestos na internet e indignação geral da opinião pública, o dono e condutor de um carro de luxo que se envolveu no acidente onde duas pessoas morreram, na noite de sexta-feira (15), em Macapá, foi preso na tarde deste sábado (16), logo depois de receber alta médica do Hospital de Emergência.

Dawson estava acompanhado de sua advogada, Dirce Bordalo. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Dawson da Rocha Ferreira, de 39 anos, dirigia um BMW Classe A, segundo testemunhas em altíssima velocidade, quando se chocou com o Celta onde estavam o chefe de cozinha Mickel da Silva Pinheiro, de 42 anos, e a sua ajudante cozinheira, Rosineide Batista Aragão, de 49 anos.

A colisão ocorreu na Avenida Padre Júlio, entre as Ruas Paraná e Santa Catarina, no Bairro Nova Esperança, na zona oeste de Macapá. Mickel e Rosineide morreram no local e os bombeiros tiveram que serrar as ferragens para retirar os corpos.

Ele foi levado do Hospital de Emergência…

Do camburão da polícia para o Ciosp do Pacoval

Dawson saiu caminhando do hospital, acompanhado de policiais civis e pelo delegado Leonardo Alves. Ele não quis dar nenhuma declaração.

Já a advogada de defesa, Dirce Borlado, afirmou que não existem provas da culpabilidade do cliente e que tudo será esclarecido a partir de imagens de câmeras da Companhia de Trânsito de Macapá (CTMac), que já foram solicitadas ao órgão.

Advogada de defesa, Dirce Borlado, afirmou que…

… não existem provas da culpabilidade do cliente

“Somente após o fornecimento das imagens, o que ainda não aconteceu, é que a gente vai ter uma certeza. Ainda vou conversar com meu cliente antes do interrogatório”, declarou a advogada.

Flagrante

Dawson foi levado para prestar depoimento no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do bairro Pacoval.

Anteriormente, o delegado Leonardo Alves, plantonista do Ciosp, havia dito que não seria feito o flagrante, já que não havia elementos suficientes para autuá-lo e ele não poderia ser ouvido, pois estava internado e o exame de constatação, feito horas depois do acidente, por um médico da Polícia Técnico-Científica (Politec), havia atestado que ele não estava embriagado.

Delegado Leonardo Alves está à frente do caso

No entanto, no decorrer do dia, esses elementos foram surgindo. O motorista teve alta médica e pôde depor. A polícia obteve o vídeo de uma câmera de segurança de uma residência próxima ao local do acidente, que confirmou a velocidade incompatível da BMW com a via. As imagens mostram o momento da colisão. Veja:

Até o horário de publicação desta matéria, o delegado Leonardo Alves ainda estava tomando o depoimento de Dawson. Mas, segundo experientes investigadores que atuam no caso, a tendência é que ele seja autuado em flagrante por homicídio culposo, com estabelecimento de fiança.

Dawson não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Após o flagrante, ele deve ser encaminhado para audiência de custódia, na qual a Justiça vai decidir se ele aguardará a conclusão do inquérito preso ou solto.

Após a colisão os carros ficaram…

… quase totalmente destruídos. Fotos: Divulgação

Fama 

O caso teve comoção social e causou indignação na opinião pública. Após o acidente, vídeos de Dawson invadiram os grupos de WhatsApp e redes sociais mostrando ostentação, sempre em festas sertanejas, raves, belas praias, carros de luxo, e exibição de dinheiro em espécie.

Dawson gosta de se exibir em vídeos e,,,

… e fotos pela internet, sempre ostentando alto padrão de vida

As “resenhas” mostradas nos vídeos em que ele aparece são sempre acompanhadas de bebidas alcóolicas. ‘Da-Dawson’, como é conhecido entre os amigos mais próximos, é empresário, dono de uma lanchonete, que leva o nome de uma das suas maiores paixões na vida: carros de luxo.

Luto

Do lado sem sobreviventes do acidente, as famílias de Mickel e Rosineide choram a perda de dois batalhadores. Eles eram colegas de trabalho em um restaurante de alto padrão de Macapá. O empreendimento fica próximo do local do acidente.

Mickel e Rosineide trabalhavam juntos em um restaurante

Velório foi marcado por dor e indignação

No velório deles, ocorrido em uma capela situada exatamente do outro lado da rua onde trabalhavam, em frente ao restaurante, a dor dos familiares e amigos era inconsolável.

Parentes relataram que Mickel sempre deixava a amiga em casa após o expediente. Mas, na noite do acidente, ela decidiu ir a casa de uma amiga, por isso, o Celta parou para fazer o retorno na pista – momento em que ocorreu a colisão.

Seles Nafes
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