Por RODRIGO ÍNDIO
Frio e sem arrependimento. Assim agiu o ex-presidiário que confessou ter assassinado o mototaxista Silvan dos Santos Farias, de 40 anos, desaparecido deste o dia 25 de dezembro de 2020.
Adriano Tavares Pureza, o Calanguinho, de 34 anos, foi preso na tarde de segunda-feira (11) por militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Sem nenhuma preocupação, ele estava usando o celular da vítima e revelou ter ocultado o cadáver dentro de um poço Amazonas, numa área particular na linha E, do km-9, zona oeste de Macapá. Segundo a PM, um trabalho de inteligência apontou o paradeiro do suspeito.
“Isso fez com que a gente perguntasse a ele a procedência do celular. Após uma conversa com o infrator, ele mostrou pra gente o local onde estava o corpo do mototaxista. Infelizmente, esse povo que vive no crime, não tem piedade. Ele usou uma arma branca para tirar a vida do trabalhador e mostrou lá pra gente como aconteceu, a arma que ele utilizou e o local onde jogou o corpo”, contou o tenente Leandro Campelo.
Ao detalhar como agiu, Adriano Tavares confirmou a autoria, mas não informou a motivação. Contudo, a polícia suspeita de crime passional. A hipótese é que o mototaxista tenha se envolvido com uma mulher ligada a um detento do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).
“Segundo ele, a ordem veio do presídio, que um membro de facção criminosa ordenou que o mototaxista fosse morto, e ele por trabalhar de uma certa forma executando os rivais cumpriu essa missão”, acrescentou Campelo.
O suspeito foi apresentado no Ciosp do Bairro Pacoval pelo crime de latrocínio e ocultação de cadáver. Ele já tem passagem por roubo e homicídio. Cumpriu pena durante 14 anos.
A Polícia Civil assumiu o caso e aguarda o resultado da necropsia, que deve sair em até 30 dias.
Cena do crime
Uma prima de Silvan foi chamada para fazer o reconhecimento do corpo. Entretanto, não foi possível a identificação por conta do avançado estado de decomposição do cadáver.
O poço tem aproximadamente dez metros de profundidade, sendo necessário auxílio do Corpo de Bombeiros Militar para retirada. A Polícia Técnico-Científica (Politec) foi acionada e fez a remoção.