Por SELES NAFES
A desembargadora Sueli Pini, do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), negou nesta quarta-feira (24) habeas corpus ao pastor Jeremias Barroso, líder da Igreja Getsemani, de Macapá, acusado de abusos sexuais contra jovens da congregação.
A defesa alegou que os indícios de crimes seriam frágeis por serem baseados somente em depoimentos das supostas vítimas, e também por serem fatos que teriam ocorrido há mais de um ano.
“O Código de Processo Penal exige que a decretação da prisão preventiva ocorra por fatos contemporâneos ou que existam novas razões, e há outras medidas cautelares para resguardar o processo”, explicou o advogado Maurício Pereira.
“A prisão foi decretada dentro de um contexto de espetáculo midiático que vem sendo feito em torno do fato”, criticou.
Ao negar o pedido de liberdade provisória, no entanto, a desembargadora levou em consideração o depoimento de uma das testemunhas que afirma ter recebido ameaças do pastor, e optou pela manutenção da ordem pública e preservação da instrução processual. A defesa nega que tenha havido intimidação.
Jeremias Barroso foi preso no último dia 19 no momento em que prestava depoimento na Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM). Uma reportagem do Portal SelesNafes.Com tinha revelado o sofrimento das vítimas e o fato de que o pastor estava sendo investigado pela polícia. O inquérito foi aberto em meados do ano passado, depois que três garotas procuraram a delegacia.
O advogado Maurício Pereira informou que vai recorrer da decisão da desembargadora na Câmara Única do Tribunal de Justiça.