Ex-chefe do DNIT preso por corrupção assume cargo com R$ 12 mil de salário

Na casa legislativa do Amapá, em Macapá, Fábio Vilarinho deve ocupar o cargo de consultor político.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

O ex-superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), Fábio Vilarinho, preso na Operação Pedágio, da Polícia Federal (PF), em junho de 2019, foi nomeado para assumir um cargo na Assembleia Legislativa do Amapá (Aleap) com um vencimento mensal de mais de R$ 12 mil.

A nomeação é assinada pelo presidente do Legislativo amapaense, deputado Kaká Barbosa (PL), e consta no Diário Oficial do Estado (DOE) publicado nesta terça-feira (9). O cargo que Vilarinho assumiu foi o de “consultor político”, de código “CSDM-03”, com data retroativa a 04 de janeiro de 2021.

A nomeação é assinada pelo presidente do Legislativo amapaense, deputado Kaká Barbosa (PL)

No Portal da Transparência da casa legislativa, o nome de Vilarinho ainda não constou na folha de pagamento – o que provavelmente deverá ocorrer apenas na folha de fevereiro, já que a nomeação é retroativa a janeiro.

Entretanto, pela reforma administrativa da Aleap realizada em 2018, o referido cargo tem como vencimento R$ 12.306,61.

A Operação Pedágio prendeu dois ex-superintendentes do DNIT. Odnaldo de Jesus de Oliveira, que assumiu o órgão no Amapá após a prisão de Vilarinho, também foi algemado por agentes federais.

Segundo a PF e o Ministério Público Federal (MPF), os dois cobravam de 3% a 5% para agilizar o pagamento de obras nas rodovias federais no Amapá e faziam vistas grossas na fiscalização dos serviços pelos quais teriam recebido propina.

Cargo tem como vencimento R$ 12.306,61

Uma das obras teria sido a duplicação de um trecho da BR-210, rodovia federal conhecida como Perimetral Norte, e a construção de quatro passarelas no trecho urbano da via, na zona norte de Macapá.

À época, Fábio Vilarinho e Odnaldo de Jesus ficaram presos por sete meses. Em 21 de março de 2020, o juiz Jucelio Fleury Neto, da 1ª Vara Federal do Amapá, determinou a soltura deles, sob o argumento de que sete meses após não seria razoável acreditar que ambos ainda iriam atrapalhar as investigações.

O fim da prisão preventiva também teve relação com a pandemia de covid-19, quando, para a proteção da saúde de apenados, a soltura de presos preventivos foi umas das diretrizes orientadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Nomeação foi assinada pelo presidente Kaká Barbosa

Os dois foram soltos e seguiram monitorados por meio de tornozeleiras eletrônicas tendo que pagar, à época, fiança para alcançar a liberdade.

Grupo político

Vilarinho é ligado ao grupo político do Partido Liberal (PL) que tem como principais lideranças no Amapá o presidente da Aleap, Kaká Barbosa, e o deputado federal Vinícius Gurgel.

O Portal SelesNafes.com questionou a Aleap sobre as qualificações de Fábio Vilarinho como consultor político e sobre a opinião da direção da casa acerca de um problema ético na nomeação, mas até o fechamento desta edição, a casa legislativa ainda não havia se manifestado.

Seles Nafes
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