Livro de poesias que ‘vira’ cartas cai no gosto dos amapaenses

O livro "Depois vá ver o mar" é do jovem Bruno Muniz, que aparece na literatura do Amapá como um meteoro nesta sua segunda obra.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Escrever é um ato sublime e uma abertura das intimidades mais intensas de um escritor para a humanidade. Em troca, geralmente, o maior presente que um escritor espera receber é que o conteúdo que escreveu afete – do verbo afetar – a vida do seu leitor.

Esse é o principal objetivo do livro “Depois vá ver o mar”, do jovem escritor amapaense Bruno Muniz. Ele aparece na literatura do Amapá como um meteoro neste seu segundo livro. Nele, o autor de fala calma e de poesia singela, porém forte, demonstrou zelo e inovação. A obra já é um sucesso de crítica e, para os padrões literários amapaenses, está se tornando um sucesso de público.

Segundo Bruno, a inovação veio através de uma revisitação ao passado. Fotos: Arquivo Pessoal

A inovação, conta Bruno, veio através de uma revisitação ao passado. O livro tem páginas destacáveis, onde o leitor pode enviar a poesia que gostar como uma carta para quem queira. Por isso, o livro também vai acompanhado de dois envelopes, como na forma antiga mesmo, como o velho hábito secular de enviar cartas para estabelecer comunicação.

Os poemas vão sem título e sem nome do autor, para que se pareça mesmo uma carta do remetente. É para o leitor realmente usá-lo.

“O que eu esperei, principalmente, dessa obra, é fazer com que a poesia entre na vida real das pessoas, no cotidiano, de fazer com que uma pessoa consiga ver o sentimento dele espelhado no livro, uma coisa que ele queira dizer para alguém e que não consiga, não tenha conseguido verbalizar aquilo daquela forma”, explica o autor.

Livro também vai acompanhado de dois envelopes, para que se pareça mesmo uma carta do remetente

Para ele, a poesia tem essa função, cabe aos poetas e aos escritores essa nobre tarefa: conseguir verbalizar sentimentos que a humanidade guarda e que precisa contar de alguma maneira, externalizar.

A ideia tem dado certo. Bruno está fazendo pré-lançamentos pela internet, pela impossibilidade de aglomerações físicas no momento. E a troca, o retorno que as pessoas estão dando, até o momento, tem alegrado o coração de poeta.

Uma leitora contou que enviou um poema que a tocou e lhe fez lembrar de um amor do passado. A carta destacada do livro e enviada ‘derreteu’ o coração do destinatário. Outro, diz parecer que as cartas foram escritas como fossem feitas na medida para ele próprio. É o maior pagamento de quem se atreve na arte das letras.

Sentimentos

Durante um dia, uma semana, meses e na vida como um todo, vários sentimentos rodeiam uma pessoa. Por isso, amor, raiva, ódio e desejo estão contidos no “Cartas”.

Bruno: “preparei um balaio de sentimentos ali, um caldeirão, que se você quer falar que ama pessoa você tem, se você quer falar que ama, se você quer falar que odeia, se você quer falar que deseja”

“O livro tem 240 páginas, 61 são destacáveis, ou seja, a pessoa vai pegar pra ela o poema. A pessoa vai pôr no envelope e entregar para o amado ou amada, para pessoal que tenham magoado algum dia, porque tem todo tipo de sentimento. Eu preparei um balaio de sentimentos ali, um caldeirão, que se você quer falar que ama pessoa você tem, se você quer falar que ama, se você quer falar que odeia, se você quer falar que deseja, tudo tem ali”, finalizou Bruno Muniz.

A obra foi publicada pela editora Kelps e está sendo comercializada pelo valor de R$ 40, por enquanto, diretamente em contato através do telefone (96) 98809-3161.

Seles Nafes
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