Preço da gasolina dispara e aumenta 54,70% em um ano

No Amapá, preços sofreram dois aumentos na última semana. Neste sábado, postos amanheceram com nova alta de preços em Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

O preço dos combustíveis disparou em todo o país e em Macapá os motoristas já sentem a diferença na hora de abastecer. Foi, pelo menos, o quarto reajuste seguido em poucos meses e neste sábado (20) foi possível encontrar o litro da gasolina sendo comercializado entre R$ 4,43 e R$ 4,61. Até sexta-feira (19), esse valor ainda podia ser encontrado a R$ 4,19.

Em abril de 2020, quando o preço da gasolina no Amapá teve uma queda histórica e alcançou patamares do ano de 2005, o litro chegou a ser comercializado a impressionantes R$ 2,98 – era o período de pico da pandemia. É um aumento, portanto, de 54,70% em menos de um ano.

Nas bombas de Macapá…

… preços variaram neste sábado de R$ 4,43…

… chegando a R$ 4,61 na capital. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

Em abril do ano passado, vários fatores ajudaram na redução, como a queda na demanda por conta da pandemia de covid-19 e, especialmente, uma disputa internacional entre Rússia e Arábia Saudita, que fez o preço do barril de petróleo despencar.

Hoje o cenário é outro. O barril do petróleo recuperou preço, a demanda é crescente e o preço do dólar está alto. Na quinta-feira (18), a Petrobras anunciou o reajuste dos preços nas refinarias. Para a gasolina 10,2% de aumento e para o diesel 15,2%.

Frentistas são os primeiros a escutar as reclamações

No comunicado da Petrobras, os patamares de preço do mercado internacional e a cotação do dólar estão na justificativa para este e para os últimos aumentos que ocorreram. Mas, segundo a empresa, este seu reajuste pouco influencia no preço que chega ao consumidor.

Motoristas precisam procurar para encontrarem preços mais em conta

“Os preços praticados e suas variações têm influência limitada pelos preços percebidos pelos consumidores finais. Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custo para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis”, diz trecho do comunicado da empresa.

Crise para quem trabalha com transportes

Para quem trabalha diretamente nas ruas, como taxistas e motoristas de aplicativo, o aumento no preço é mais sentido.

Itapuã Tolosa: “Tá difícil as coisas”

“Com certeza disparou e fica difícil pra todo mundo. Muito caro, a renda é pouca, o comércio tudo fechado, esse negócio da pandemia, fica difícil assim. Os colegas todos reclamando, uns pararam os carros, outros querem vender. Tá difícil as coisas”, declarou Itapuã Maciel Tolosa, taxista há 20 anos em Macapá.

Já o gerente de postos de combustíveis de uma rede de Macapá, afirmou que percebe que o preço de tudo subiu.

Otávio Portal: “tudo aumentou, é uma inflação geral”

“As pessoas reclamam, mas na verdade não é só combustível que aumentou, tudo aumentou, é uma inflação geral. Gás, comida, mercadoria. Comida principalmente, onde você chega com 100 reais, tu não leva nada mais”, opinou Otávio Portal.

ICMS e troca na Petrobras

A crise do aumento dos combustíveis foi o possível motivo da demissão do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Em seu lugar, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nomeou mais um militar, o general Joaquim Silva e Luna.

Castello Branco era um nome de confiança do mercado financeiro e a mudança gerou críticas. O economista Gustavo Franco, homem da era da implantação do Plano Real e ex-presidente do Banco Central, declarou em uma rede social, por exemplo: “Boa tarde, Venezuela”, em uma alusão à interferência e militarização do governo federal.

No Amapá, a alíquota de ICMS cobrada de 25%, menor que maioria dos Estados, mais a desoneração de impostos federais como PIS e COFINS por causa da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana (ALCMS), fazem com que, ainda assim, o preço dos combustíveis praticados no Estado sejam dos mais baratos do país.

No Rio de Janeiro, os valores também mudaram…

… após o reajuste preço passou para R$ 5,74

No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, antes deste último aumento, em um posto de combustíveis da cidade de Cantagalo, no noroeste fluminense, o preço da gasolina era praticado a R$ 5,50 e após o reajuste passou para R$ 5,74. No Rio de Janeiro, a incidência de ICMS sobre combustíveis é de 34%.

Seles Nafes
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