Ser macapaense é… uma atualização

O texto do juiz tem cerca de 15 anos e, por isso, acho que merece uma atualização. Portanto, vamos lá, fique à vontade e complemente nos comentários.
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Neste aniversário de 263 anos da cidade de Macapá resolvi visitar uma crônica do juiz Heraldo Costa, que fez para a nossa capital e nosso Estado a versão Tucuju dos textos “Ser de tal local é…”, muito famosos um pouco mais de uma década atrás.

O texto do juiz tem cerca de 15 anos e, por isso, acho que merece uma atualização. Portanto, vamos lá, fique à vontade e complemente nos comentários.

Trapiche Eliezer Levy no fim de tarde

Ser macapaense é:

1 – Aguentar 4 dias seguidos sem energia elétrica, falta de água e se sentir preparado para qualquer reality show de resistência;

2 – Estar, REALMENTE, preparado para qualquer reality show de resistência;

3 – Comemorar quando a energia falta no fim da tarde por 30 minutos e soltar “tá vendo só, já voltou ao normal!”;

4 – Virar uma fera quando qualquer um de fora tenta diminuir nossa cidade: “eu posso falar mal, os outros, não!”;

5 – Falar bem do Clécio e não votar no candidato dele;

6 – Falar mal do Waldez e votar nos candidatos dele (ou nele próprio);

7 – Falar mal da buraqueira da cidade para falar mal do asfalto novo em seguida, pra não perder o costume;

8 – Falar mal de todos os lugares para sair e frequentar todos os lugares pra sair pra falar mais mal ainda;

9 – Falar mal. Ser macapaense é falar mal de qualquer coisa (HAHAHAHA);

10 – É ser namorador e namoradeira!

A imponência do Amazonas na lente de Floriano Lima

11 – Ver fila em motel na sexta-feira próxima ao pagamento (👀🤭);

12 – Se for mulher, é tomar a iniciativa e chamar os homens de devagar;

13 – Se for homem, é achar que toma a iniciativa e achar as mulheres “pra frentéx” demais quando elas tomam;

14 – É falar marotamente “oi, quanto tempo? Ainda tá namorando?”;

15 – Ou o clássico e definitivo “tá por onde?”;

16 – É ser desencanado ou morrer sofrendo, porque em cada lugar que se sai pra falar mal do lugar, você encontra sua ex, com o ex da sua atual. Mas nem sempre nessa ordem!;

17 – Falando nisso, ser macapaense é terminar um namoro com a certeza que terá um amigo(a) pra continua-lo (talaricos!);

18 – É continuar saindo de casa pro esquenta às 23 horas e chegar tarde no rolê (até quando, macapabas?)

19 – É dar uma saída de carro e voltar com o parabrisas trincado por uma manga;

Olhar da Fortaleza de São José

20 – Ser macapaense é sentar no Empório do Índio, levar uma escroteada e voltar lá no dia seguinte;

21 – É saber que a cerveja mais gelada de Macapá é a do Padeirinho, e que se tiver quente, o Padeiro troca!

22 – É ir no Bar do Vila e sentir um tiozão, mas se amarrar assim mesmo;

23 – É passar na frente de um terreno desocupado e falar “hum, terrenão, deve ser do Jaime”;

24 – É passar na frente de uma loja chique sem clientes e falar “com certeza é lavagem de dinheiro!”;

25 – É reclamar da “cultura do cancelamento” e depois fofocar “mano, tu viste que o fulano foi cancelado, assim, assim e assado?”;

26 – É ainda ser uma economia do contracheque;

27 – Ter superado a Zagury, tendo caído o decreto que obrigava as pessoas passarem de carro lá antes e depois de todos os rolês;

28 – Aliás, que Zagury?

29 – É ver que a cidade cresceu, está imensa, e o Cabralzinho que antes parecia ser muito distante, agora parece bem pertinho;

30 – É ficar besta como a zona norte está imensa;

Quando a chuva se aproxima, muita gente fica feliz, outras nem tanto

31 – É ficar besta como a zona oeste cresceu;

32 – É ficar besta como a zona sul também continua crescendo, quase emendando com a Fazendinha!

33 – É ficar besta que existe até zona leste (Cidade Nova, Perpétuo Socorro, parte do Pacoval, etc). Aliás, agora Macapá tem zonas!

34 – É brigar pela preguiça do Bio Parque.

35 – É continuar fazendo o melhor açaí do mundo;

36 – Continuar tendo o melhor camarão, o único e inigualável camarão da Foz do Amazonas;

37 – É orgulhar-se do crescimento da Unifap;

38 – É seguir perguntando “Já saiu o edital?”

39 – É amar de paixão esse lugar, mas na primeira oportunidade, sair fora;

40 – É ir embora e sofrer de “banzo”, com saudade dos amigos e lugares que você falava mal, e vice-versa;

41 – É estar contente por ter um aeroporto no local onde antes era uma rodoviária;

42 – Estar bravo com o isolamento e as passagens que são mais caras que 15 anos atrás;

43 – É sentir saudades de caminhar no Trapiche Eliezer Levy;

44 – É adorar os artistas da terra;

“O jeito de ser do povo daqui”, versos de Jeito Tucuju, o maior sucesso música popular amapaense

45 – Se encantar com as fotografias do Floriano Lima, Maksuel Martins, Manoel Fonseca, Rudja Santos e outros talentos da crescente fotografia amapaense;

46 – Ter orgulho do retorno do Mercado Central;

47 – É se impactar, mesmo depois de tantos anos, com o garbo e a grandiosidade da nossa Fortaleza de São José de Macapá;

48 – É adorar tomar banho de chuva!

49 – achar muito legal chegar nos lugares e conhecer muita gente (já mudou, antes todo mundo se conhecia);

50 – Ser macapaense é estar sob os olhos atentos de São José, o santo operário, e com a força do nosso povo e dos que para cá vieram construir suas vidas, lutarmos para que venham mais 263 anos, de crescimento e desenvolvimento sob a luz equatorial no grande Amazonas! Viva Macapá!

*sociólogo, jornalista, testemunha ocular de filas de carros em um motel e, é claro, macapaense, nascido e criado nas paragens do Formigueiro.

Seles Nafes
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