8 meses depois, acusado de encomendar morte por ciúmes é solto

Juíza entendeu que acusado poderá responder em liberdade, mas será monitorado. Crime ocorreu em junho de 2020
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Por OLHO DE BOTO

A juíza Simone dos Santos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Macapá, mandou soltar o acusado de encomendar a morte do namorado da ex-esposa, em crime ocorrido em 2020. A magistrada entendeu que Fagner Batista Rocha, de 39 anos, que é técnico de máquinas pesadas, tem ocupação e residência fixas, e poderá responder ao processo em liberdade monitorada por tornozeleira eletrônica.

O homicídio ocorreu às 21h do dia 4 de junho, na Rua Piquiá, Bairro Brasil Novo, zona norte de Macapá. De acordo com denúncia do Ministério Público, a vítima Daniel Correa da Costa estava no banco de trás de seu carro na companhia da ex-esposa do acusado quando este chegou acompanhado de um homem armado, que seria um pistoleiro.

Com a arma na mão, o executor teria dado ordens para que Daniel destravasse as portas do carro, o que só ocorreu depois que ele recebeu o primeiro disparo no ombro. Em seguida, a vítima foi morta com um tiro na cabeça.

A ex-esposa conseguiu sair do carro, mas não foi ferida. O alvo, segundo o MP, seria mesmo o então namorado dela por ciúmes do ex-companheiro, que teria fugido do local junto com o pistoleiro até hoje não identificado.  

Testemunhas incluídas no processo afirmaram que o ex-companheiro teria feito ameaças afirmando que não aceitaria vê-la em um novo relacionamento. Os dois viveram juntos por cinco anos, e estavam separados havia apenas três meses.  

Carro onde Daniel foi morto: oito meses depois, acusado é solto. Fotos: Olho de Boto

Corpo é retirado pela Polícia Técnica

Foragido após o crime, Fagner teve a prisão preventiva decretada e foi detido no dia 12 de junho, oito dias após o crime. Ele negou qualquer envolvimento alegando que, na hora do homicídio, estaria em outro local.

A defesa, conduzida pelo advogado Hugo Silva, no entanto, pediu novamente a liberdade provisória do acusado, alegando que ele tem bons antecedentes e informou residência e atividade profissional. Fagner já foi notificado no processo.

“Constato que a prisão preventiva foi decretada sob a justificativa de que estava solto e, em lugar incerto e não sabido, o que exigia a adoção de medida enérgica, evitando-se o cometimento de novos delitos, ou a intimidação de testemunhas, ou ainda, tumulto as investigações”, comentou a juíza ao conceder a liberdade.

No entanto, ela determinou o monitoramento e que ele mantenha pelo menos 100 metros de distância da ex-esposa e de parentes dela, além de outras testemunhas. Ele também não poderá se ausentar da cidade sem comunicar a justiça.

O julgamento por homicídio qualificado ainda não foi marcado.

Seles Nafes
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