Por RODRIGO ÍNDIO
Vestidos de branco, com faixas de protesto e gritos de ordem, trabalhadores e comerciantes realizaram uma ato contra o lockdown no Amapá. A manifestação fechou a Avenida FAB, nas imediações do Palácio do Setentrião, sede do governo estadual.
O ato teve concentração na Praça da Bandeira nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (18), dia em que passou a vigorar o decreto com medidas mais rígidas, por sete dias, nos 16 municípios do estado. A prefeitura de Macapá também editou um decreto acompanhando as restrições.
O vendedor de churros, José Clenio, disse estar indignado por não poder garantir o sustento da família.
“Só queremos trabalhar. Perseguem o trabalhador. É uma vergonha, uma Venezuela brasileira”, revoltou-se.
O ambulante Daniel Paiva contesta o fechamento de algumas atividades comerciais e de outros segmentos não, como o que envolve academias e lojas de materiais de construção. Na casa dele, 11 pessoas, incluindo idosos e crianças, dependem de seu serviço de camelô, o que gera preocupação pra o trabalhador.
“Não tenho nem palavra pra dizer o que estou sentindo, mas é um sentimento de angústia por não poder trabalhar para levar minha janta pra casa. Dói ser tratado assim, revolta. Como estou impedido de trabalhar vim lutar pelos meus direitos”, contou.
A manifestação foi convocada nas redes sociais por empresários e órgãos que representam o comércio no Amapá. Entretanto, no fim da noite de quarta-feira, ambos desistiram do ato, o que não impediu os trabalhadores de irem às ruas.
O protesto aconteceu de forma pacífica e contou com apoio da Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac). O grupo manifestante também ocupou o Centro comercial de Macapá, onde atuam a maioria dos trabalhadores.