Funcionários públicos de órgãos ambientais são presos no Amapá

A Polícia Federal cumpriu oito mandados de prisão na capital, Macapá, nesta quinta-feira.
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Servidores de órgãos ambientais no Amapá foram presos na manhã desta quinta-feira (25), acusados de envolvimento em um esquema criminoso que favorecia madeireiros irregulares no estado.

A ação, denominada Operação Endrômina, cumpriu oito mandados de prisão e outros 8 mandados de busca e apreensão nas residências dos servidores investigados e de um empresário. Todas as ordens judiciais foram cumpridas em Macapá.

Segundo a Polícia Federal, a investigação ocorreu em conjunto com o Ministério Público Federal, e apontou indícios de que alguns servidores fraudavam ou aceleravam os trâmites de processos de licenciamento nos órgãos públicos ambientais, para beneficiar empresários, em troca de vantagens indevidas.

Foram presos funcionários públicos do Ibama, órgão federal, e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que auxiliavam empresários atuantes no ramo madeireiro, de acordo com as investigações.

A investigação também teria descoberto que servidores do Ibama teriam recebido propina para revelar antecipadamente informações sobre fiscalizações do órgão e alertar acerca de locais e pessoas que seriam alvos. Com isso, os madeireiros sempre conseguiam encobrir a prática de crimes ambientais e acobertar a retirada de madeira ilegal.

Agentes federais tiveram…

… muito trabalho para entrar em algumas casas

Outra função dos servidores dentro do esquema era instruir empresários já autuados a se defenderem frente ao órgão, inclusive com a manipulação de autos de infração de modo a beneficiar empresários. Eles também recebiam valores por isso.

Em alguns casos, o pagamento contava com o envio de comprovantes de transferência bancária direta para os envolvidos, “demonstrando total confiança para tratar de possíveis atos de corrupção, sem receio de o esquema ser descoberto”, diz trecho do inquérito.

Cerca de 30 agentes federais cumpriram os 16 mandados judiciais. Fotos: Ascom/PF

A ação de hoje é desdobramento da Operação Usurpação, deflagrada em agosto de 2020, que identificou a existência de fraude no Sistema DOF (Documento de Origem Florestal), com a utilização de guias ideologicamente falsas para regularizar madeira ilegal.

Os crimes investigados são de associação criminosa; corrupção ativa e passiva; advocacia administrativa; tráfico de influência; falsidade ideológica, além da criação de obstáculo para a fiscalização ambiental.

Seles Nafes
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