Livro ‘Morte no Araguari’ aborda os limites do ser-humano

A obra foi escrita por um advogado de 28 anos e será lançada em março
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Por SELES NAFES

Qual o limite da dor? Até onde somos capazes de ir para preservar a memória de uma pessoa amada? Essas e outras questões são debatidas no romance policial escrito por um amapaense que usa um majestoso rio como cenário. Morte no Araguari (Editora Viseu), será lançado no dia 5 de março, mas o e-book já pode ser comprado.

A obra do advogado Yagho Marshel Bentes, de 28 anos, é inspirada numa música do rapper americano Eminem, e conta a história do casal Alice e Inácio. Os dois são envolvidos em uma tragédia que mistura traição e mistério, e que caberá a um delegado, também cheio de problemas pessoais, resolver.

 Por que escrever uma ficção no Rio Araguari? Você foi inspirado em algum caso real?

Na verdade, ela é inspirada em uma música chamada “Kim”, do Eminem. A música narra um marido ciumento, extremamente violento, brigando com a esposa por ciúmes. A letra é um tanto visceral e explícita, mas retrata a realidade de muitos relacionamentos, infelizmente. Incluí o Rio Araguari como cenário por ser um rio pelo qual sou apaixonado. Apaixonado por sua beleza, sua história e pelas músicas que o citam, a exemplo de Tarumã (Osmar Júnior, gravada por Amadeu Cavalcante).

Qual o objetivo da obra?

O objetivo da obra é contribuir de forma geral para a literatura do Amapá. Gostaria que os escritores daqui começassem a ser reconhecidos nacionalmente. Também desejo trazer novos aspectos para o que estamos acostumados, inserindo os elementos de um thriller psicológico em um cenário que o amapaense conhece. Nada de histórias que se passem em Nova Iorque com o detetive Jack Stuart, não! Vamos ter nossa própria literatura policial.

Rio Araguari é o cenário da história. Foto: SELES NAFES

Com a ascensão dos filmes pela internet, como fazer o jovem ler mais e se interessar por uma obra como essa?

Não diria nem para uma obra como essa, mas para a literatura como um todo: é importante que os jovens compreendam a importância que ela tem na formação do imaginário, no desenvolvimento da inteligência, na melhoria da capacidade narrativa e esse trabalho deve se iniciar na base da comunidade. A família precisa primeiro compreender os benefícios de seus filhos consumirem literatura e as escolas em um segundo plano devem reforçar isso de maneira atrativa.

José Monir Nasser disse uma vez que a literatura também contribui para que nós possamos abarcar o conjunto das possibilidades humanas, ou seja, podemos ter em nosso imaginário centenas de formas de lidar com diversas situações apenas através do aprendizado que adquirimos ao lermos experiências diferentes, vividas por personagens diferentes.

Yagho: literatura policial amapaense. Foto: Divulgação

Qual tem sido a receptividade do livro?

O livro iniciou a pré-venda em 05/02. A data de lançamento está prevista para dia 05/03 e tem sido bem recebido por amigos e familiares. Estou aguardando o lançamento definitivo para que as pessoas possam finalmente lê-lo e avaliá-lo. Sendo meu primeiro livro, existe uma enorme ansiedade envolvida para saber como ele será recebido pelo público.

Você já pensa num próximo livro e qual seria?

Já iniciei, sim, a escrita de um próximo livro. A temática mantém-se no suspense policial, e dessa vez é inspirada no caso Konishi (chacina ocorrida em 2010), uma história real que aconteceu em Macapá. Mas apenas inspirada, não será nada biográfico.

 

Seles Nafes
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