Ofensiva apreende quase 1 tonelada de fibra ótica furtada de rede de internet

O dono de uma sucataria na zona sul de Macapá foi preso e autuado em flagrante por receptação qualificada.
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Atualizada às 17h27

Por OLHO DE BOTO

Quatro pessoas foram detidas nesta quarta-feira (17), em Macapá, durante uma ofensiva da Polícia Civil contra furtos e receptações de cabos de fibra óptica. Além de deixar milhares de consumidores sem internet, esses crimes geram um comércio ilegal no estado.

De acordo com o delegado Nixon Kennedy, da 9ª DP, que funciona no Sambódromo, zona sul de Macapá, a checagem de dezenas de denúncias sobre este tipo de crime iniciaram a investigação.

Na ação desta quarta, 500 quilos de cabos foram apreendidos durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, cumpridos em estabelecimentos de reciclagem e sucataria. O dono de um desses empreendimentos, localizado no Bairro do Buritizal, foi preso em flagrante. A ação policial foi batizada de Operação Hefesto – uma referência ao deus mitológico da metalurgia.

No local, haviam 167 sacos cheios de metais misturados. Cada sacola teve que ser vasculhada para separar os cabos óticos das demais substâncias. Dos sacos tiraram os 500 kg, avaliados em R$ 17.500 – valor que pode até dobrar se for revendido cladestinamente fora do estado. À tarde, em outra sucataria mais 450 kg do mesmo material foram apreendidos em outra sucataria, no Bairro Renascer, zona norte de Macapá. O proprietário de lá também foi preso.

delegado Nixon Kennedy comanda as investigações. Fotos: Olho de Boto/SN

No local, haviam 167 sacos cheios de metais misturados…

… que foram vasculhados para separar os cabos óticos das demais substâncias

“Tem muito valor comercial, porque quando há sobras de serviço, as operadora levam esse material para fora do estado para ver comercializado em leilão. Essas vendas não são feitas aqui, nem de pessoa física e nem jurídica. Portanto, todo material que estiver em recicladoras e sucatarias é de origem ilícita”, explicou o delegado Nixon.

Segundo ele, geralmente os materiais são furtados por pessoas em situação de rua e de dependência química. O delegado lembrou que a atividade está ficando sistemática e causa um dano à comunicação no estado, tanto de assinantes particulares quanto consumidores públicos. No Zerão, em um único furto, exemplificou o delegado, 2500 pontos ficaram sem internet.

Segundo a polícia, atividade ilegal gera um comércio clandestino de cabos de internet

Nixon também alertou que os crimes andam ocorrendo de dia.

“Eles sobem no poste munidos de ferramentas e se passam por trabalhadores da manutenção. As pessoas que transitam nos arredores nem se dão conta de que são infratores ali pendurados.”

Das quatro pessoas detidas, duas foram liberadas. Já os empresários foram autuados por receptação qualificada, que é crime inafiançável, cuja pena é de 3 a 8 anos de prisão. Eles foram encaminhados à audiência de custódia. A operação da 9ª DP continua, outras pessoas poderão ser presas.

Seles Nafes
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