Pequeno grupo comemora golpe de 1964 em Macapá

Manifestação ocorreu na tarde desta quarta-feira (31), na Praça da Bandeira, no Centro da capital do Amapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Um grupo de cerca de 30 pessoas ocupou a Praça da Bandeira, no Centro de Macapá, e realizou uma manifestação pública na tarde desta quarta-feira (31), celebrando o aniversário de 57 anos do golpe militar de 1964.

Além desta pauta, o movimento manifestou descontentamento com o Governo do Amapá e apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Eles usaram, primeiramente um megafone e depois um carro de som, para proferir falas contra o lockdown em vigor no estado.

“Primeiro, comemorar o 31 de março, quando o Brasil foi liberto do comunismo, quem conhece a história a fundo sabe disso. Também [estamos] lutando pela nossa liberdade, lutando pela garantia das cláusulas pétreas da Constituição Federal, entre elas: o direito de liberdade de ir e vir, o direito de trabalhar. Nós não podemos aceitar que o nosso Estado seja massacrado com o fechamento de comércio”, declarou Narcisa Ardasse, policial civil de 58 anos de idade, uma das manifestantes.

O regime que os manifestantes celebravam durou 21 anos, tem milhares de denúncias de tortura e centenas de assassinatos comprovados, além do fechamento do Congresso Nacional, da abolição do hábeas corpus, extinção da eleição para a presidência da República, dentre outros elementos ditatoriais.

Os manifestantes vestiam camisas verde e amarelas, que estampavam o rosto do presidente Bolsonaro. O Hino Nacional tocava ao fundo das falas.

Sobre o lockdown, os manifestantes explicaram sua visão:

Narcisa: “Primeiro, comemorar o 31 de março, quando o Brasil foi liberto do comunismo, quem conhece a história a fundo sabe disso”. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

“Nós sabemos que Texas, no EUA, foi liberado o uso de máscara, claro que com responsabilidade, com todo mundo tendo consciência da biossegurança, do afastamento social e que o Texas – isso aí, pode procurar reportagem – caiu 47% o contágio e também exponencialmente o número de mortos. E outra: países como Alemanha, a [primeira-ministra] Ângela Merkel se desculpou com o povo alemão por ter decretado lockdown, então você precisa buscar informação realmente de fonte que seja idônea”, afirmou Narcisa.

O pequeno grupo usava um megafone para proferir falas contra o lockdown em vigor no estado

Na última semana, Bolsonaro usou suas redes sociais para abordar o exemplo de Merkel sobre o lockdown.

A primeira-ministra alemã desculpou-se por decretar um lockdown bastante rígido no país, mas não por não surtir efeito contra a pandemia, e sim pelo tempo diminuto de preparar um decreto com diversos detalhes. O lockdown de Páscoa está mantido na Alemanha e será um dos mais rígidos que o país já fez.

Enquanto a manifestação ocorria, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciava que o país inteiro entrará de lockdown a partir deste próximo sábado (3).

Manifestação ocorreu na Praça da Bandeira com poucos participantes

A Grã-Bretanha comemorou nesta terça-feira (30) seu primeiro dia sem óbitos por covid-19 desde o início da pandemia, após meses de medidas rigorosas, incluindo lockdown.

A manifestação na Praça da Bandeira foi acompanhada à distância por duas viaturas da Polícia Militar do Amapá.

Seles Nafes
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