UNA começa a dar volta por cima e promove rifa

Sede localizada na região central de Macapá está sendo reformada por iniciativa da própria comunidade.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Ainda há muita coisa a ser feita, mas dá gosto de ver a sede social do Centro de Cultura Negra e da União dos Negros do Amapá (UNA) sendo, finalmente, reformada. E o que mais chama a atenção é que a ação é uma iniciativa da própria comunidade, que está colocando as mãos na massa.

O movimento de resgate da UNA está sendo feito de forma coletiva e contando com o apoio de diversos doadores da sociedade amapaense. Alguns doam telhas, outros tintas, alguns mão de obra e assim se fazem, nos finais de semana, os mutirões.

O espaço afro religioso foi o primeiro a ficar pronto. Está pintado e reestruturado. Agora tem grade com cadeado e fica muito bem guardado para evitar depredações. O espaço de múltiplo uso é o que está sendo reformado agora, recebendo telhas novas.

A praça está ganhando outro aspecto, que pouco guarda lembrança do matagal e do lixo que marcavam o espaço nove meses atrás, quando o Portal SelesNafes.com iniciou uma série de reportagens sobre o abandono do espaço. Foi também quando o movimento de resgate começou a ser organizado e as reuniões começaram a render frutos.

Para consertar telhados e outras partes…

.. a própria comunidade está…

… metendo a mão na massa. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

Alguns doam telhas…

… outros doam seu tempo e mão de obra…

… e assim, coletivamente, a UNA vai sendo resgatada

Nome limpo e rifa

O grupo de pessoas que tem se reunido também teve a preocupação de avançar sobre as dívidas que a Una e o Centro tinham. Era famosa a dívida que o espaço tinha com a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), que foi dirimida após uma ação judicial. Da mesma forma, a dívida de IPTU também foi superada.

A tarefa agora é alcançar a quantia de R$ 25 mil, para alavancar de vez a reforma. Serão rifados 50 prêmios variados. Cada bilhete custa R$ 5. As rifas podem ser compradas no próprio local, que agora sempre tem uma pessoa de plantão, o que também vai aumentando a segurança para o espaço.

Nubia: “Não é mais só dos negros, é da sociedade amapaense”

O grupo de pessoas que tem se reunido também teve a preocupação de avançar sobre as dívidas que a Una e o Centro tinham

Serão rifados 50 prêmios variados. Cada bilhete custa R$ 5. As rifas podem ser compradas no próprio local

Uma das pessoas responsáveis pelas campanhas, Nubia Quilombola, conta das várias ideias que o movimento tem debatido para agitar o espaço: feiras de artesanato negro, cursinho pré-vestibular para negras e negros, aulas de direito para vítimas de racismo, atividades físicas ao ar livre, um dia da semana para o comércio de farinha e outros produtos agrícolas locais, e utilização do espaço não apenas pela Una, mas por diversas entidades que estão contribuindo com este resgate. As ideias são as mais variadas e vão sendo discutidas e aprimoradas com o tempo.

O espaço afro religioso foi o primeiro a ficar pronto

Ele está pintado e reestruturado

“Estamos na campanha da telha e da tinta, queremos pintar tudo, as paredes. Este trabalho está dando muito certo. Estamos há nove meses e já está bem mobilizado e a intenção que a gente queria já deu certo: as pessoas irem pro Centro e sentirem que são responsáveis por aquilo. Não é mais só dos negros, é da sociedade amapaense. A gente precisa muito do apoio de todos”, declarou Núbia.

A praça está ganhando outro aspecto, que pouco guarda lembrança do matagal e do lixo que marcavam o espaço nove meses atrás

No dia 21 de março, Dia de Combate ao Racismo, o movimento fará a primeira prestação de contas de todas as doações que forem recebidas até então.

Seles Nafes
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