Após libertação de Dawson, parentes das vítimas desabafam: “mais esse sofrimento”

Família da cozinheira Roseineide Aragão, morta no acidente provocado pelo comerciante, disse que foi surpreendida com a libertação do comerciante. Foto: Pedro Pessoa
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Por RODRIGO ÍNDIO

Familiares de Rosineide Aragão e Mickel Pinheiro estão indignados com a revogação da prisão preventiva do motorista que causou a morte dos dois trabalhadores no dia 15 de janeiro. Dawson da Rocha Ferreira, de 39 anos, foi solto por ordem da justiça na segunda-feira (12).

O comerciante dirigia um carro de luxo BMW a mais de 180 km/h sob efeito de álcool, drogas e sem CNH [vencida desde 2017], segundo o Ministério Público. A colisão ocorreu na Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd, no Bairro Santa Rita. A preventiva um dia depois e foi mantida para garantia da ordem pública e a segurança da sociedade.

Ontem, a juíza Simone Moraes dos Santos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, atendeu pedido da defesa que alegou que Dawson corria risco de saúde dentro do cárcere. Os advogados Charles e Dirce Bordalo alegaram que seu cliente é asmático, hipertenso e precisa de uma alimentação específica para não agravar seu quadro de saúde, além de ter um filho autista de 6 anos.

Anderson Luiz Augustin, irmão da cozinheira Rosineide, disse que a família ficou surpresa, e que esperava que ele permanecesse na cadeia até o julgamento. Eles classificaram o sentimento atual como de indignação, revolta e injustiça.

“É um criminoso, um assassino. Ele matou minha irmã e meu amigo que estavam vindo do trabalho. Agora a gente vai passar por mais esse sofrimento, já não basta nossa perda que a gente teve dos dois. Agora a gente vai lutar para que esse cara volte para cadeia. Uma situação de desespero para nós aqui, a gente não tá aguentando isso”, disse em tom de revolta.

Colegas de trabalho morreram no acidente causado pelo comerciante. Foto: Pedro Pessoa

Dawson estava preso desde a manhã seguinte à colisão: Foto: Rodrigo Índio/SN

Os familiares acham que se Dawson tem todos os problemas alegados pela defesa, ele deveria ter sido mais responsável em vez de beber dirigir em alta velocidade.

“Até então a gente tava aliviado, quando ele tava preso, tava confortando um pouco pra nós, agora ele tá solto. A gente clama por justiça e espera que essa juíza volte atrás, que ela repense e bote essa cara atrás das grades”, acrescentou Anderson.

Seles Nafes
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