Conta de luz subiu mesmo de portas fechadas, dizem empreendedores

O gasto mensal para pagar a Companhia de Eletricidade do Amapá tem sido um dos principais motivos de preocupação.
Compartilhamentos

Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

A reclamação entre empreendedores amapaenses sobre as tarifas de energia elétrica é geral. Mesmo fechados e economizando, as contas deram um salto no valor, o que dificulta a permanência dos negócios.

Algumas empreendedoras do ramo de restaurantes falaram ao Portal SelesNafes.com sobre as dificuldades que o setor tem passado. Na tentativa de equalização e equilíbrio entre o cumprimento dos decretos de lockdown, o alto preço dos insumos, despesas com funcionários, o gasto mensal para pagar a Companhia de Eletricidade do Amapá tem sido um dos principais motivos de preocupação.

Keila Cardoso, proprietária de um restaurante no Buritizal, zona sul de Macapá, relatou os problemas.

“Desde 2020, nos meses 4, 5, 6 e 7, o estabelecimento estava fechado e a conta continuou chegando. Fechado, eu estava pagando R$ 2.750,00 de média, antes era de R$ 2.900/2.800,00. Como, se o estabelecimento está fechado? A gente economiza energia, mas não tem jeito. Aí voltamos a trabalhar, tive que me virar para pagar porque a CEA veio cortar a energia. No dia que vieram cortar, eu fui lá pedir para fazer parcelamento, simplesmente disseram que eu teria que pagar e que nem poderiam parcelar pra mim”, relatou a empreendedora.

Ela, então, fez o que muitos estão relatando ter que fazer: pedir empréstimo. A empreendedora relatou ter que escolher quais contas pagar e agora, antes do lockdown, após dois meses de funcionamento, ela contou ter recebido uma conta de R$ 4.750,00, aproximadamente, ou seja, R$ 2 mil reais a mais do que era comum receber de tarifa. A empresária diz que se o lockdown não fechar seu restaurante, a CEA o fará.

Keila Cardoso diz que se o lockdown não fechar seu restaurante, a CEA o fará. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

Situação similar ocorre com outro restaurante do centro de Macapá.

“Estávamos pagando entre R$ 2 mil e R$ 2.500,00 na unidade. Não cobraram alguns meses no início da pandemia, aí quando cobraram novamente mandaram um valor muito alto. Fui lá, tentei parcelar, mas eles jogam uma entrada muito alta, aí, a gente paga essa entrada e vem o parcelamento. Aí pagamos o parcelamento mais o consumo do mês e essa conferência que eles fazem, sempre dá errado. Eles fazem a leitura, erram e no mês seguinte cobram além. É uma cobrança indevida, para mim, é a fatura da crise do apagão”, declarou Aline Carvalho, auxiliar administrativa do restaurante.

Aline: “É uma cobrança indevida, para mim, é a fatura da crise do apagão”

Além de tudo, os consumidores reclamam da qualidade da energia elétrica que, como visto na última quinta-feira (8), houve um apagão em quase todo o Amapá com duração de mais de uma hora.

CEA

A Companhia de Eletricidade do Amapá informou, por meio de nota, que os casos em que há a alegação de aumento de conta devem ser tratados individualmente e que precisam ser verificados pelo número 116, canal onde se realiza o agendamento do atendimento presencial. Além deste canal, também é possível entrar em contato com a companhia através dos números (96) 98802-1004 e (96) 98802-1003.

Além disso, a CEA informou que apenas os consumidores de baixa renda não terão o corte de energia até junho, conforme resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica e que os cortes realizados têm seguido o protocolo padrão.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!