Em protesto, artistas “descongelam” Fumcult após cancelamento de edital

Prefeitura informou que fará outro edital de fomento
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Artistas macapaenses realizaram esta semana uma manifestação, em forma de perfomance teatral, denominada ‘descongela Fumcult’. Eles afirmam que há paralisia da Fundação de Cultura de Macapá, que este ano ainda não promoveu políticas públicas para os segmentos culturais da capital.

O ato foi organizado por jovens artistas da Companhia de Artes Tucujú, membros do Coletivo Captta (Coletivo de Artistas e Produtores e Técnicos em Teatro do Amapá) e chamou a atenção de quem passava na frente da Fumcult, no Centro de Macapá, no final da tarde da última quinta-feira (15).

Eram quatro atores. Um simbolizava a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM), outro a Fumcult e dois artistas circenses representavam todo o segmento cultural, cuspindo fogo e atuando com o calor e a arte para descongelar a Fumcult e a inércia da prefeitura.

“Já que a terra que a gente pisa é a arte, é o nosso fazer artístico, nós resolvemos fazer uma intervenção artística lá na frente da fundação e metaforicamente pedindo o descongelamento da fundação, porque hoje é o que ela representa pra gente, três meses sem nada, então, pra gente, a Fumcult está congelada”, declarou Jhou Santos, ator e membro do coletivo Captta.

Performance em frente a sede da Fumcult

Parte do protesto foi em frente ao prédio da prefeitura

Reclamações

Para os trabalhadores da cultura, os três meses de gestão onde denunciam a inércia e a paralisia são preocupantes. No único momento em que houve movimentação, acusam os artistas, uma ação desagradou a categoria. Foi a alteração de um edital de fomento que vinha sendo elaborado desde a gestão passada. Os artistas temem que as mudanças tenham ocorrido somente por motivos políticos, por diferenças com a gestão anterior da PMM e da Fumcult.

“A gente durante a gestão passada, esses oito anos que passaram, a gente não chegou onde a gente queria chegar, onde a gente sonhava chegar em relação à políticas públicas pra cultura, mas a gente teve avanços muito importantes que agora a gente não pode perder o que já tinha garantido e também não podemos deixar de brigar, de acompanhar os avanços que ainda queremos”, complementou Jhou.

O edital 008/2020, que Jhou diz que era o edital que mais se aproximava dos anseios dos artistas macapaenses, da gestão anterior, foi cancelado alegando questões jurídicas, mas os artistas negam a informação e dizem que nunca foram chamados para discutir sobre a questão.

No lugar do antigo edital que havia sido construído com a participação dos artistas, um novo certame com objeto distinto, o que desagradou o segmento, foi lançado pela Fumcult.

Novo edital

Procurada pela reportagem do Portal SelesNafes.Com, a prefeitura de manifestou afirmando que a situação já foi esclarecida com a categoria. Um dia depois do protesto, houve uma reunião com os representantes dos segmentos culturais e membros dos conselhos Municipal e Estadual de Políticas Culturais.

A fundação alegou que o cancelamento do edital foi uma recomendação do Conselho Municipal de Políticas Culturais depois que foram encontradas falhas jurídicas. Por isso, um novo edital será lançado, ainda sem data definida. 

“O diretor-presidente da Fumcult, Alain Cristophe, destaca que o novo edital de chamamento público será mais amplo e fomentará projetos artísticos e culturais, beneficiando trabalhadores e trabalhadoras culturais neste momento de crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus”.

Seles Nafes
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