Por RODRIGO ÍNDIO
Há cerca de um mês, barracos começaram a ser construídos numa área atrás do Conjunto Habitacional do Mucujá, no Bairro Santa Inês, na zona sul de Macapá. É exatamente o mesmo local onde ficava a Vila do Mucajá, e de onde saíram as famílias que ganharam apartamentos do conjunto. Nesta quinta-feira (8), a prefeitura de Macapá começou a fazer a retirada das famílias, que não aceitam sair do local.
Roziete Sampaio, de 20 anos, é mãe de duas crianças e vive de bicos com o marido. Atualmente, a família mora alugado e a situação financeira não é das melhores. Ela conta que não tem onde morar e por isso invadiu o terreno. Ela pediu diálogo com a prefeitura.
“Queremos a presença do prefeito, que ele chegue para conversar com a gente porque estamos necessitando de uma moradia. Jamais íamos invadir algo se não tivéssemos precisando. Estamos desempregados e dando nosso jeito de viver. Estamos desesperados”, disse.
As famílias afirmam que área estava repleta de lixo e coberta de mato, o que servia de esconderijo para criminosos.
A diarista Maria Valdeleia, de 51 anos (foto de capa), conta que a filha comprou madeira parcelada no cartão. Hoje, o trator foi derrubar a estrutura.
“Dói não ter esse olhar da prefeitura, só queremos diálogo”, resumiu.
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Vários barracos já foram construídos no local. Fotos: Rodrigo Índio
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Área de risco deu origem ao Conjunto do Mucajá
Um trator fez a retirada das moradias com o apoio da Guarda Municipal, e o trabalho tinha previsão de continuar durante o restante do dia.
Área
O local invadido é o mesmo que apresentava risco de deslizamentos no início dos anos 2000, e por isso houve a remoção das famílias para o conjunto residencial, já em 2011. Para o local, havia projeto de construção de uma estrutura comercial, o que não aconteceu.
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Roziete Sampaio, mãe de duas crianças: queremos conversar
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Invasores alegam que o local estava abandonado
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Barracos foram derrubados…
O portal SelesNafes.Com procurou a Prefeitura de Macapá que informou que a situação é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Habitação e Ordenamento Urbano (Semhou) e que o secretário da pasta, Rafael Martins, estava em reunião tratando sobre o assunto. Até esta publicação não tivemos retorno.