Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Mulheres comuns, ativistas, militantes, indígenas, donas de casa, sindicalistas estudantes, mulheres pretas e tantas outras mulheres amapaenses se juntaram para lançar a campanha contra o feminicídio “Nem pense em me matar”. O evento, realizado em vídeo conferência na noite desta terça-feira (06), através de uma live.
A iniciativa é nacional e foi lançada pelo Levante Feminista contra o feminicídio, que busca debater o tema combatendo à violência contra a mulher e o machismo estrutural na sociedade.
Segundo Heluana Quintas, uma das organizadoras do evento no Amapá, a pandemia agravou o quadro deste tipo de crime no país.
“As mulheres têm sido cada vez mais precarizadas enquanto população vulnerável nesse período de pandemia e crise econômica. Por exemplo, o Amapá lidera a taxa de desocupação entre mulheres no país. A taxa de desocupação acaba fazendo com que o isolamento se torne ainda mais severo, pois vamos ter problemas de conflitos intrafamiliares, dependência financeira e dificuldade, em caso de violência doméstica, de fazer as denúncias, isso gera subnotificação”, explicou a ativista.
Ela esclareceu, ainda, que não se trata apenas de um evento, uma transmissão na internet, mas de uma campanha nacional e local de combate à violência contra a mulher, especialmente o feminicídio.
Heluana acredita que mesmo as estatísticas registrando grandes saltos nos números da violência contra a mulher, ainda há – no Amapá e no restante do Brasil – muito menos notificações do que realmente são contabilizadas pelos órgãos afins. E este é exatamente um dos objetivos da organização do Levante Feminista contra o feminicídio.
Segundo a ativista, as principais características dessa violência são o uso de arma de fogo, em via pública e contra mulheres negras e pardas.
No evento houve debates sobre as leis contra o feminicídio e a “lei da defesa da honra”, sobre o desmonte de políticas públicas no Amapá, apresentações artísticas e vídeos manifestos.
Após a live de lançamento, foi criada uma agenda de trabalho para ser realizada durante a vigência da campanha, que terá a duração de 2 anos.
Será mantida a arrecadação coletiva para custear a ações que serão realizadas pelo levante feminista Amapá.
Elas estão fazendo uma campanha financeira para arcar com as despesas que cada etapa da empreitada irá requerer e por isso organizaram uma coleta virtual, que pode ser acessada através do link http://vaka.me/1930316.