Prisão de mulher com arma revela disputa entre facções no interior do Amapá

Policiais de Amapá e Calçoene se uniram e prenderam cinco integrantes das duas facções nos últimos dias
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Por LEONARDO MELO

A outrora pacata cidade de Amapá, a 310 km de Macapá, quem diria, virou cenário de disputa entre duas facções criminosas com forte atuação no Estado. Esta semana, a prisão de uma jovem de 25 anos revelou que os dois grupos estão empenhados e investindo no município. O objetivo é dominar o tráfico de drogas na região.

No último dia 30, policiais chegaram a Tainá Silva Negrão, de 25 anos, natural do município de Amapá, mas que já estaria atuando há bastante tempo para uma das facções. Ela seria responsável pelo chamado ‘corre’, ou seja, dava apoio na logística como o transporte de armas e drogas.

Na casa dela, numa operação conjunta, os policiais de Amapá e Calçoene apreenderam uma pistola Ponto 40 que pertenceria a um dos grupos para utilização no tráfico e outras ações criminosas.  

Tainá Negrão foi encaminhada para audiência de custódia, e ontem (31) o juízo converteu a prisão dela em preventiva. A jovem, que ainda não tinha antecedentes criminais, agora será transferida para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde aguardará o término das investigações. Ele foi autuada por posse ilegal de arma de foco e associação criminosa.   

Casa para alugar

A prisão de Tainá foi uma das cinco que ocorreram nos últimos dias envolvendo integrantes de ambas as facções. Três deles tinham ido para Amapá com o objetivo de alugar uma casa onde seria feito o tráfico.

Em todos os casos, a justiça converteu as prisões flagrantes em preventivas. Um dos criminosos era menor de idade, por isso a justiça determinou a internação dele.

Delegados Kleyson Fernandes (Amapá) e Niuri Relry (Calçoene) mostram a pistola apreendida: investigações conjuntas. Foto: PC/Divulgação

Barcos pesqueiros levam usuários de drogas entre as tripulações. Foto: Maksuel Martins/Arquivo SN

Policiais de Amapá se uniram a policiais de Calçoene para investigar a chegada das facções. De acordo com o delegado Kleyson Fernandes, de Amapá, a meta das facções é comercializar drogas principalmente para os tripulantes das embarcações pesqueiras que aportam diariamente no município.

“Estão fazendo obras na orla de Amapá. E os barcos que param lá levam muitos pescadores e há muitos que são usuários de drogas, de modo que, infelizmente, os traficantes observam essa situação como mina de ouro”, explicou o delegado.

“O bom do Amapá é que conseguimos monitorar de perto. Como é cidade pequena e pacata, fica fácil de identificar quem é quem”, concluiu.

Seles Nafes
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