Quilombolas denunciam fura-filas e vacinação é suspensa

Vacinação no Curiaú. Comunidades reclamam de desorganização da Prefeitura de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Após várias denúncias de que pessoas não pertencentes às comunidades quilombolas amapaenses estariam furando filas e sendo vacinadas como se fossem deste grupo prioritário, a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) suspendeu, temporariamente, a imunização deste público.

A decisão foi tomada após a intervenção dos Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE), em conjunto com o Conselho Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq). As entidades querem que ajustes sejam feitos.

As denúncias são graves e representantes da Conaq, que falaram ao Portal SelesNafes.com, fizeram questão de deixar claro que a paralisação é culpa de quem organizou a vacinação sem falar com as comunidades.

Para eles, a PMM deveria ter procurado ou aceitado a tentativa da Conaq e de outras entidades quilombolas para a elaboração de critérios e listagens das pessoas que realmente pertencem às comunidades.

Uma das denúncias apontou, por exemplo, que no final de semana, uma residência particular na região do Pedreira teria servido de local de vacinação de diversas pessoas que seguiam da sede de Macapá para se vacinarem sem nenhum critério, sem serem quilombolas. A comunidade ficou indignada ao saber o que estava ocorrendo.

A PMM informou a suspensão por meio de nota e o mesmo fez o MPF.

“Por precaução, foi acordado entre todos os participantes que seria mais cauteloso suspender, por ora, a imunização pra que se possa aprimorar, reorganizar esse processo o mais rápido possível a fim de garantir a retomada da vacinação em breve”, disse o procurador da República no Amapá, Alexandre Guimarães.

Desorganização

Uma das fontes do movimento negro ouvida pelo Portal SN, relatou que desde o início, o processo foi desorganizado e que, além disso, algumas doses teriam sido irregularmente aplicadas em parentes de organizadores que estão à frente do processo de vacinação. A fonte, que preferiu não ser identificada neste momento, revelou que essa denúncia específica já está nas mãos do MPF.

Foi organizado um Grupo de Trabalho (GT) com os órgãos de fiscalização, a PMM, o Governo do Estado do Amapá (GEA) e os representantes quilombolas, para definir os critérios e o novo calendário de vacinação. O grupo irá se reunir nesta quarta-feira (13).

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