Waldez critica decreto de Furlan sobre academias: ‘injusto e contra a ciência’

Governador do Amapá diz que ciência determina quais os melhores meios de frear a propagação do coronavírus
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Por RODRIGO ÍNDIO

“Vocês são a favor de permanecerem todas as academias abertas nesses sete dias?”. A pergunta foi feita pelo governador Waldez Góes (PDT) à imprensa, nesta quinta-feira (1), só que dirigida à população. Ao explicar o decreto de prorrogação do lockdown, ele falou sobre a ‘pequena’ divergência com o prefeito de Macapá, Antônio Furlan (Cidadania), em relação ao fechamento das academias.

Waldez disse acreditar que deixar as academias abertas é injusto com outras atividades que estão fechadas e sendo afetadas com a pandemia, e garantiu que existe fundamentação científica.

“A ciência que criou as vacinas, a ciência que cria os medicamentos e esta mesma ciência através do comitê médico e comitê científico que também diz quais são as melhores medidas de distanciamento social que podem diminuir a reprodução viral. Então, eu espero que tanto o prefeito Furlan quanto aqueles que gostam e têm o direito de frequentar uma academia reflitam sobre isso”, comentou.

A polêmica começou ainda na noite de quarta-feira (31) com a divulgação dos decretos estadual e municipal. Waldez determinou o fechamento das academias de musculação e estabelecimentos de condicionamento físico de 01 a 07 de abril. Por outro lado, o prefeito da capital, Antônio Furlan, liberou o segmento nos dias 1, 3, 6 e 7, das 06h às 20h, com hora marcada e capacidade máxima de 25%.

Isso gerou debates e deixou muita gente confusa nas redes sociais, com opiniões contra e favor.

Na coletiva, Waldez disse que estuda uma maneira de assistir esses profissionais, que seguirá o que preconiza o decreto estadual e que conta com a colaboração e conscientização das pessoas. A reportagem procurou a Prefeitura de Macapá que não se posicionou sobre o assunto.

Fundamentos do decreto

O decreto estadual vale por mais sete dias. As medidas mais severas são com base na classificação roxa que o Amapá ocupa, e que representa risco elevado de infecção do novo coronavírus.

Os últimos dados apontam que a taxa de ocupação de leitos de UTI ultrapassa os 96%. O número de óbitos cresceu em 65,38% nos últimos 14 dias.

O governo defende que as medidas mais rigorosas vão desacelerar a propagação do coronavírus, já que as medidas de isolamento social e de quarentena não são suficientes e os casos continuam aumentando diariamente.

Na semana passada, o prefeito de Macapá chegou a alinhar o decreto municipal com o estadual. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

Kits intubação

Segundo Waldez, há 20 dias a indústria brasileira avisou aos governadores de todo o país que não tinha condições de atender a demanda por medicamento de intubação de pacientes.

Os governadores pediram ao Ministério da Saúde que fizesse tratativas com embaixadas para importar os insumos e medicamentos do kit intubação.

Isso ocorreu depois que todas as compras que já tinham sido feitas pelos estados, incluindo o Amapá, foram requisitadas pelo governo federal, que se responsabilizou em fazer a distribuição equitativa pelo país.

Na semana passada o estado recebeu um lote, que é suficiente para apenas sete dias. Agora, aguarda que uma nova remessa.

Seles Nafes
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