Por LEONARDO MELO
As polícias do Amapá e do Pará estão mobilizadas para localizar e prender um foragido de justiça acusado de atuar como pistoleiro nos dois Estados. O criminoso, identificado como Valdileno Braga Dias, o Leno Gordo ou Preto, de 36 anos, está com dois mandados de prisão em aberto decretados pelas comarcas de Santarém (PA), onde é procurado pelo assassinato de um casal de empresários, e de Macapá (AP), onde é indiciado pela morte de um jovem que era testemunha de homicídio. Ambos os crimes foram cometidos por encomenda, de acordo com investigadores.
Execuções por encomenda
De acordo com o delegado Wellington Ferraz, da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Pessoa (Decipe), da Polícia Civil do Amapá, Leno Gordo é conhecido por agir como matador de aluguel.
Em Santarém, é procurado pelo envolvimento no duplo homicídio do empresário Iran Parente e sua esposa, Josiele Maciel Prezza, ocorrido em fevereiro de 2020, na região do Planalto, em uma rodovia estadual. Segundo as investigações, um sócio de Iran, o ex-gerente do Inmetro em Santarém, Dionar Nunes Cunha Júnior, teria encomendado as mortes.
A motivação, segundo as investigações, era ganância de assumir sozinho os negócios que o mandante e vítima tinham como sócios. Dionar ofereceu, segundo a polícia, R$ 100 mil a um funcionário de uma fazenda, Alessandro Gomes da Silva, o Mineirinho, pelas mortes do empresário e sua esposa.
Mineirinho, então, chamou dois matadores, Erick Renan, o primeiro a ser preso e que confessou toda a trama, e Leno Gordo, ainda foragido. Cada um receberia R$ 10 mil para roubarem de Iran Parente uma pasta contendo documentos e matá-lo, caso a esposa estivesse junto era para ela ser morta também, o que ocorreu. Por este crime, apenas Leno Gordo ainda não foi preso.
Já em Macapá, a vítima de Leno Gordo teria sido Nathanael Monteiro do Nascimento, o Natan, de 22 anos, que foi morto a tiros em novembro de 2018. O corpo foi achado nas margens de um ramal, no Bairro Marabaixo III, na zona oeste da capital amapaense, no dia 1º de novembro de 2018.
De acordo com o delegado Ferraz, a ordem para matar Natan foi dada pelo falecido empresário da capital amapaense, Geandro Barros, o Roma, morto a tiros no dia 27 de outubro de 2020. Com a ordem dada pelo empresário, Natan teria sido atraído por Leno Gordo com a promessa da partilha de um roubo.
Ao chegar no local, ele foi atingido com vários tiros. Mesmo ferido, Natan adentrou em uma área de vegetação e, de lá, usou um celular para entrar em contato com parentes. Na ligação, disse que Leno Gordo era o atirador. No dia seguinte, ele foi encontrado morto.
Segundo as investigações da Decipe, Natan era a principal testemunha da morte de seu irmão, Kevin Patrick Nascimento Rodrigues, 33 dias antes, no dia 29 de setembro de 2018. A morte de Kevin, ocorrida no bairro do Muca, tinha como principal suspeito de ser o mandante, justamente o empresário Roma. Natan teria jurado Roma de morte. Esta seria a motivação para a contratação de Leno Gordo.
“É altamente perigoso. É de crucial importância que a população nos ajude com informações que levem ao paradeiro desse investigado, através do nosso Disk Denúncia. Informações que levem à polícia a capturar o criminoso podem ser repassadas ao contato (96) 9 9170-4302. Não precisa se identificar”, ressaltou o delegado.