A via crucis em busca da segunda dose (D2) da Coronavac, imunizante contra covid-19 que está em falta, teve mais um dia de sofrimento, aglomeração e tumulto em Macapá.
A fiscalização do Ministério Público Estadual esteve, nesta quinta-feira (6), na UBS São Pedro, localizada no bairro Beirol, zona sul de Macapá, e constatou que prefeitura a não organizou o local para que os idosos pudessem manter o distanciamento.
Medidas simples, como demarcação no chão, não foram feitas. Além de estarem aglomerados, alguns deles, cansados de esperar por várias horas, estavam sentados no chão.
No local, a promotora de Defesa da Saúde, Fábia Nilci, advertiu a secretária de Saúde do Município, Karlene Lamberg, que era inadmissível a situação em que se encontravam os idosos.
A gestora municipal justificou a aplicação da segunda dose da coronavac apenas na UBS São Pedro por ter sido a que apresentou o maior número de idosos vacinados com a primeira dose.
A promotora Nilci lembrou que na última sexta-feira (30), em reunião com a secretária, os Ministérios Públicos Estadual e Federal, e Defensoria Pública do Estado orientaram para que o chamamento dos idosos fosse feito por data agendada para recebimento da D2 e não por nome – como foi feito pela prefeitura.
“É triste a situação que nos deparamos na UBS São Pedro, com idosos se aglomerando em busca da vacina, sendo que alguns relataram ter vindo cedo, de outros bairros distantes, por estarem com a data atrasada para recebimento da D2”, observou a promotora.
Segundo Nilci, também foi recomendado na reunião que houvessem mais pontos para atendimento de um maior número de pessoas que precisam completar o esquema vacinal. Ela ressaltou que que mais uma vez Macapá descumpriu orientação das instituições que fiscalizam a execução do Plano Nacional de Vacinação.
“Nós orientamos que a vacinação fosse feita em outras UBS, não só na São Pedro, e que as pessoas fossem chamadas por data de segunda dose não cumprida”, reforçou a promotora.