Desfecho sobre menino desaparecido tem prisão do pai e acusação contra delegado

Pai e o filho estavam em uma casa no Bairro Marabaixo I. Defesa acusa delegado de ameaçar e coagir o acusado a assinar um termo
Compartilhamentos

Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Silvana Ranieri Pinheiro, de 36 anos, reencontrou-se, na manhã desta terça-feira (18), com o seu filho João Ranieri Nogueira, de 7 anos, após ação da Polícia Civil do Amapá que localizou pai e o menino em uma casa alugada do Bairro Marabaixo I, na zona oeste de Macapá. A defesa de João Conrado Vasconcelos Nogueira informou que vai representar contra o delegado do caso na Corregedoria da Polícia Civil.

“Meu sentimento é de agradecimento por todos que colaboraram, que entraram nessa campanha de procurar o João e de que graças a Deus ele está são e salvo e agora eu vou pegar o meu filho e abraçar ele e ficar o máximo de tempo com ele. Agora é voltar pra casa, levar meu filho e seguir da melhor forma. Ele estava um pouco emocionado, mas agora ele já está mais tranquilo. Ele só está querendo ir pra casa e eu também”, declarou Silvana Ranieri, que veio de Belém.

O filho estava morando com o pai em Belém há cerca de um ano e meio, e, no início de 2020, se mudou com ele para Macapá. A mãe, que ganhou a guarda definitiva, afirmou que não estava conseguindo localizar o filho e acionou a polícia. Após a enorme repercussão do caso, policiais de várias delegacias atuaram e conseguiram localizar o pai. A prisão ocorreu sem resistência dele.

“Ele foi autuado, lavrado um termo circunstanciado pelo crime de sonegação de incapazes, já foi liberado e a criança entregue à mãe. Ele alegou que tinha medo que a mãe, já com a criança, pudesse fugir para um outro local e deixar ele sem ver a criança, ele tinha medo que a mãe fizesse o que ele fez”, declarou o delegado Ronaldo Entringe.

Os policiais informaram que a criança foi encontrada sem sinais de maus tratos e aparentemente bem cuidada.

Silvana na porta da delegacia. Foto: Reprodução

Delegado Ronaldo (gorro) foi acusado pela defesa de ameaçar o pai do menino, mas negou que tenha agido com ilegalidade. Foto: Marco Antônio P. Costa

Advogado Pablo Nery: representação na corregedoria

Defesa

A defesa afirmou que não há porque se falar em crime para abertura de um termo circunstanciado, uma vez que a mãe estaria com os direitos de visita suspensos.

O advogado Pablo Nery acusou o delegado Ronaldo Entringe de ameaçar e coagir o pai do menino, e anunciou uma representação contra ele na Corregedoria da Polícia.

“A representação contra o delegado está sendo feita pela forma que conduziu o caso, ameaçando (de prisão) e coagindo o senhor Conrado a assinar termos sem a presença de advogado”, declarou Pablo Nery, advogado do João Conrado.

João e Silva antes da mudança para Macapá

Sobre essa acusação, o delegado Ronaldo Entringe declarou que o acusado sabia que estava descumprindo uma decisão judicial e que, inclusive, outras duas pessoas – a esposa de João que pagou o aluguel da casa para ele se esconder e outra que emprestou um veículo -, também serão autuados pelo crime de sonegação de incapazes.

Ele negou que tenha ameaçado o acusado, mas afirmou que informou à João que ele poderia, ao negar-se a assinar o Termo Circunstanciado, lavrar um Auto de Prisão em Flagrante (APF), pois o acusado estaria em flagrante delito.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!