Em Macapá, famílias ocupam habitacional paralisado há 1 década

Os 5 blocos com cerca de 16 apartamentos cada foram ocupados na tarde de quinta-feira. (Foto: Rodrigo Índio)
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Por RODRIGO ÍNDIO e OLHO DE BOTO

Foi com o intuito de ter onde morar, que na tarde de quinta-feira (28) pessoas que vivem em área de ressaca e pagam aluguel iniciaram a ocupação do prédio do Conjunto Habitacional do Congós, na zona sul de Macapá.

Segundo o grupo, o espaço está abandonado há mais de 10 anos e só acarretava prejuízos à região. A diarista Lucila Araújo conta que quando chegou ao prédio ele estava depredado, tomado por lixo e servindo de abrigo para usuários de drogas e criminosos.

“Eles roubavam e se escondiam pra cá. Até morrer já morreu gente aqui. Moro há 12 anos alugado, fiz minha inscrição para receber um apartamento, mas nunca fui aprovada. Com essa pandemia tem muita gente desempregada que não tem condições de pagar o aluguel e o jeito foi vir pra cá, que tá abandonado pelo governo”, disse.

Lucila lembra que o local servia de refúgio para criminosos. (Foto: Rodrigo Índio)

O grupo cuidou da capina e retirada do lixo do local. (Foto: Rodrigo Índio)

Casado e pai de seis filhos, Franck Pantoja, que também mora alugado, diz que mesmo que a estrutura esteja inacabada, irá se unir com os demais ocupantes para continuar a obra e ter o mínimo. Ele inclusive chegou a trabalhar na construção do conjunto.

Já Franck, que trabalhou nas obras do habitacional, reforçou que se empenharam para fazer os reparos na estrutura. (Foto: Rodrigo Índio)

“Não tem rede elétrica e hidráulica, mas a gente vai dá o jeito porque não temos mais dinheiro pra pagar aluguel. Toda minha família vem pra cá. O sonho é ter um lugar pra gente morar”, esperançou-se o autônomo.

Com três filhos, Marciléia Barbosa está desempregada desde o início da pandemia. Ela vê na ocupação um recomeço.

“Meus filhos merecem um lugar digno. Tenho fé em Deus que vai dar tudo certo”, comentou.

A pandemia dificultou a vida para muitos, como é o caso Marcileia, que está desempregada. (Foto: Rodrigo Índio)

A PM está no local para garantir a ordem. (Foto: Rodrigo Índio)

Foram ocupados 5 blocos com cerca de 16 apartamentos cada. As famílias retiraram centenas de toneladas de lixo de dentro do prédio e ainda farão a limpeza do entorno. A Polícia Militar esteve no local para manter a ordem. Os ocupantes asseguram que só irão sair com ordem judicial.

Seles Nafes
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