Lojinhas virtuais se multiplicam entre jovens do Amapá

Eliza e Andressa escolheram o comércio nas redes sociais como fonte de renda. (Foto: Divulgação)
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Trata-se de um fenômeno global, com traços especiais em um Brasil de crise econômica e pandemia de covid-19 e com a peculiaridade de um estado com grandes limitações na oferta de emprego para sua juventude. O fato é que, seja por necessidade ou por vontade e senso de oportunidade, as lojinhas virtuais multiplicam-se no Amapá.

De roupas às boxes (caixas) com doces e bolos, lembranças, acessórios, sex shops, comidas de variados estilos (típicas, lanches e até comida latina!), calçados e mais uma grande variedade de produtos. Quase todo tipo de mercadoria é possível ser encontrada pela internet e com uma característica: jovens mulheres são maioria entre os empreendimentos, em constatação feita à partir da observação.

Não há o número oficial de lojinhas virtuais no Amapá, no entanto, o último trimestre de 2020 a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad/IBGE) demonstrou que o Amapá lidera o número de “pessoas trabalhando por conta própria”, com 36,7%, enquanto que a média nacional foi de 27%. Outro dado importante é o da informalidade: o amapaense tem 48,1% de sua população ocupada vivendo na informalidade, um número impressionante.

Corroborando a tese do protagonismo feminino nas lojas viruais, o Portal SelesNafes.com conversou com Eliza Nathalia Barros de Sá, de 24 anos, e Andressa Byanca da Silva Pereira, de 28 anos.

Adoro Fortunas

Eliza é proprietária da lojinha virtual “Adoro Fortunas”, que vende basicamente roupas para o público feminino. Como qualquer empreendimento, a loja de Eliza passou por altos e baixos. A Adoro Fortunas vai completar três anos de mercado.

No caso de Eliza, estudante universitária à época, o empreendimento surgiu para complementar renda e porque ela não tinha como ter um emprego formal por causa dos horários de estudo.

A loja de Elisa comercializa roupas femininas e suas amigas ajudam como modelos das peças. (Foto: Divulgação)

“Comecei a vender roupa para conseguir me manter e aí foi rolando e logo depois começou a crescer mais. Antes funcionava só com encomenda, hoje funciona com encomenda e pronta entrega. Eu acredito que é possível viver disso, eu consegui viver só disso por um ano, mas agora com a pandemia eu faço várias outras atividades, porque a pandemia piorou muito as coisas”, contou Eliza.

Eliza é parte dos jovens que diz não sentir falta de emprego formal, com carteira assinada e os direitos trabalhistas tradicionais, porque, depois de algum tempo, consegue conciliar seus horários e sustentar-se. Atualmente, além das roupas, Eliza tem espírito de vendedora e usa suas redes sociais para vender camarão, demonstrando versatilidade e adequação ao que o tempo atual permite e demanda.

Doces 35

A “Doces 35” é uma loja virtual que vende, como sugere o nome, doces tradicionais, como brownie, biscoitos (cookies) e Monteiro Lopes. O diferencial – que tem feito muito sucesso em Macapá e que muitos empreendedores estão fazendo – são os boxes, caixas ornamentadas com fotos pessoais, lembranças, características ou um tema que a pessoa goste, e recheadas com doces, pedaços de bolo ou o que a criatividade demandar.

Quem toca o empreendimento é Andressa Byanca, que é formada em direito, está fazendo uma pós-graduação na Universidade Federal do Amapá (Unifap) e também faz a atividade como complemento de renda.

Ela acredita que o diferencial do seu material é a característica artesanal das suas caixas. Por exemplo, as artes e temas caseiros dos seus boxes são desenhados e pintados por sua mãe. Ela diz que a venda do dia das mães foi um sucesso e está apostando no próximo dia 12 de junho, o dia dos namorados, justamente a data em que surgiu seu pequeno negócio em 2020.

A mãe de Andreza ajuda no preparo das caixas personalizadas. (Foto: Divulgação)

Sobre o futuro, tem planejamento claro.

“Todo mundo procura uma certa estabilidade e segurança, mas no momento como tenho apoio da minha família, saúde e disposição, vou focar em construir meu próprio negócio. Além do ramo acadêmico que adoro, pois pretendo me especializar mais e quem sabe virar uma professora na universidade, sonho em construir algo meu, não ter minha carteira assinada, mas assinar carteira e dar empregos futuramente”, contou Andressa.

Os contatos da loja Adoro Fortunas são (96) 98106-0307 e @adoro_fortunas no Instagram. Os contatos da Doce 35 são (96) 98401-7075 e @doces.35 no Instagram.

Seles Nafes
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