No Amapá, oposição à Bolsonaro também organiza protestos

Manifestações de rua serão neste sábado (29) em todo o Brasil.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Depois de muito tempo sem realizar protestos em lugares públicos, especialmente por conta da pandemia de covid-19, a oposição ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) irá realizar manifestações de rua neste sábado (29) em todo o Brasil. No Amapá, a manifestação tem como pauta o corte de verbas da educação e está sendo convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e sindicatos de professores.

As frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, assim como a UNE, são algumas das entidades que estão chamando as atividades de rua. Protestam em repúdio à morte de 450 mil brasileiros por covid-19, contra a lentidão na campanha nacional de vacinação, por emprego, auxílio emergencial no valor de R$ 600 e contra o corte de verbas na educação, especialmente superior.

Semanas atrás, a renomada Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciou, oficialmente, que terá que paralisar seu funcionamento no segundo semestre, caso as restrições orçamentárias impostas pelo governo federal não sejam revistas.

Na segunda-feira (24) Denise Carvalho, reitora da UFRJ e principal voz que tem se levantado em relação aos recursos das federais, anunciou ao jornal Valor Econômico que, com R$ 1 bilhão a menos que o esperado em seu orçamento, a federal carioca não terá condições de retomar aulas presenciais em 2021 e que este será o caminho de diversas outras federais espalhadas no país.

No Amapá, há grande dificuldade de obtenção de informações detalhadas e oficiais da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Há mais de uma semana o Portal SelesNafes.com tenta, sem sucesso, conferir com a instituição se a Unifap também será impactada e qual a dimensão das questões orçamentárias.

O movimento estudantil da Universidade argumenta que o plano de assistência estudantil será afetado. É o que garante, por exemplo, as bolsas estudantis. Os estudantes também argumentam que a administração tentou fechar um dos quatro campi da Unifap este ano, o mais afastado da capital, de Oiapoque, alegando problemas orçamentários.

Geiza Miranda, estudante de pedagogia da Unifap e diretora da Une, informou que os cortes na Unifap seriam de aproximadamente R$ 700 mil e teme que afete as bolsas estudantis.

“Em um momento crítico o qual vivemos, onde não há auxílio emergencial para que a população fique em casa, emprego e vacina para todos, o governo de Jair Bolsonaro tenta mais uma vez atingir a educação pública. Já chega, é hora de voltar as ruas”, disparou Geiza.

Questionada se não é contraditório defender isolamento social e ao mesmo tempo chamar aglomeração de rua, a jovem argumentou que irão às ruas tomando cuidado e com medidas de segurança. Em Macapá, a manifestação ocorrerá na Praça da Bandeira, às 16h de sábado.

Também falou que em países como os EUA manifestações de rua como as de protesto por George Floyd, ou na Colômbia, Chile e outros países, foram realizados manifestações de rua e que não dá para ficar em casa assistindo o presidente “destruir o país e zombar da cara do povo” sem fazer nada. Além disso, anunciou.

“Teremos uma brigada da saúde que cuidará do distanciamento, máscaras e álcool durante todo o percurso. Nós não somos negacionistas, sabemos da nossa responsabilidade uns com os outros. Se hoje uma nação se organiza para ir às ruas, isso demonstra o quanto este governo é ineficaz. O nosso ato é pelas mais de 450 mil vidas perdidas pela, irresponsabilidade desse governo, pelo descaso que a nação vive e não aguentamos mais”, finalizou Geiza.

Seles Nafes
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