Um pássaro que vive solitário na região amazônica foi escolhido pelo Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) para ser o símbolo da Campanha Maio Laranja, que busca conscientizar e combater crimes sexuais contra crianças e adolescentes. A iniciativa foi lançada nesta quinta-feira (6). O tema da campanha é ‘Não deixe quem você ama ser a próxima vítima’.
Os organizadores explicaram que o mascote da campanha, o galo da serra, é uma espécie que vive só, assim como as crianças que costumam se isolar com medo e por sentimentos de uma culpa que não é dela.
Além do comportamento solitário do pássaro, ele tem a plumagem alaranjada, a cor da campanha.
“Vamos transformar um pássaro que vive solitário em um símbolo de luta, de que não podemos deixar nossas crianças perderem o direito fundamental de terem uma infância saudável, livre de qualquer tipo de violência”, justificou o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rommel Araújo.
A campanha conta uma rede de parceiros que inclui órgãos públicos, entidades civis e as polícias brasileira e francesa, já que também haverá atividades em Oiapoque, na fronteira com a Guiana, onde as ações serão comandadas pela juíza Fabiana Oliveira, titular da 2ª Vara da Comarca de Oiapoque.
“(…) Agora o desafio é tornar essa mobilização em combate efetivo, mostrando as formas de combater, identificar e também denunciar essas práticas que muito nos entristecem”, acrescentou o desembargador.
“Estamos abrindo também a parceria com as secretarias de educação, pois é preciso ampliar o debate no ambiente escolar, com abordagens didáticas sobre este tema tão delicado”, acrescentou a coordenadora da campanha no Amapá, juíza Larissa Antunes.
Durante a campanha, haverá atividades como a iluminação de prédios públicos na cor laranja, e o ponto alto será no dia 18 de maio (Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes).
A data é uma alusão ao caso de Araceli Crespo, uma menina de 8 anos que foi raptada no Espírito Santo e ficou dois dias em cativeiro. Durante esse tempo, ela foi drogada, violentada e morta. O crime ocorreu em 1973 e o corpo foi achado atrás de um hospital infantil seis dias após o desaparecimento.
O lançamento da campanha Maio Laranja, que foi virtual, teve a participação de representantes do Fórum Nacional de Justiça Protetiva, do CNJ, Juizado da Infância e Juventude, 2ª Vara da Comarca de Oiapoque, Ministério Público Estadual, Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa.