‘Puxadinho’ vira sensação no Conjunto Mucajá

O pequeno empreendimento de confecções virou a sensação do habitacional popular, na zona sul de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Um brechó de roupas montado no vão entre as paredes de um bloco de apartamentos no Conjunto Residencial Mucajá, no bairro Beirol, zona sul de Macapá, virou a sensação entre os moradores da comunidade e chamou a atenção de internautas.

O “puxadinho” foi a solução criativa de duas irmãs para lutar contra a forte crise econômica agravada pelas consequências da pandemia de covid-19.

No apartamento da mãe, que mora no local desde a fundação do conjunto, há 10 anos, as duas quebraram uma parede de acesso do apartamento para a estrutura de madeira que levantaram, por onde se chega depois de uma escada – igualmente de tábuas.

A loja se chama “Chicosa toda brechó”, mas recebeu o carinhoso e bem humorado apelido de “Visual do Mucajá”, em referência a uma das maiores lojas de roupas, acessórios e confecções de Macapá. Contudo, o empreendimento do conjunto tem preços bem mais em conta, é claro.

Roseli Miranda, de 41 anos, uma das irmãs que pilota o estabelecimento, trabalhava de auxiliar de escritório e, desempregada, teve a ideia junto com a irmã.

Roseli Miranda Roseli fala em “abrir a cartela de clientes para as pessoas de fora”. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

Puxadinho foi construído no vão…

… entre as duas paredes do…

… bloco de apartamentos

“A gente inaugurou vai fazer três semanas, estava construído, mas não estava aberto. A gente vendia aqui embaixo, mas como era muita chuva, a gente resolveu fazer isso. Pedimos a autorização para o nosso vizinho e ele deixou. A vizinha de baixo, a escada a incomoda, mas estamos conversando com ela”, contou Roseli.

Os clientes gostaram, especialmente porque agora o brechó conta com provador e tem ar-condicionado. A maioria dos compradores é do próprio conjunto, mas Roseli fala em “abrir a cartela de clientes para as pessoas de fora”.

Roseli: “A gente vai se ajudando e vamos trabalhando”

Empreendimento agora está totalmente refrigerado

Escala incomoda um pouco a vizinha de baixo, mas aos poucos moradores vão se entendendo

A peça mais barata do brechó custa R$ 1 e a mais cara R$ 45. As roupas usadas são a maioria, mas também há algumas peças novas.

Roseli disse esperar crescer e um dia, quem sabe, ter uma loja maior. Espera resolver todo problema que tiver em relação ao seu puxadinho e pede ajuda, especialmente com compreensão.

“Olha, eu só quero mesmo é trabalhar, é ganhar a vida. A gente vai se ajudando e vamos trabalhando”, finalizou a empreendedora.

Seles Nafes
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