Réplica de navio no Beirol é obra de taxista artista

O artesanato chama a atenção de quem passa pelo canal. (Foto: Marco Antônio P. Costa)
Compartilhamentos

Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Um pequeno artesanato, em forma de navio cargueiro, colocado no Canal do Beirol, corta a paisagem da cidade com ares e lembranças bucólicas de um povo majoritariamente ribeiro. Talvez por isso mesmo esteja chamando tanta atenção. A obra no caso, é fruto da imaginação e talento de um taxista, que se assume mais como um artesão autodidata.

O nome do artista é Heraldo da Costa Morais, de 62 anos de idade, taxista que veio da foz do Rio Araguari para a sede da cidade de Macapá aos 17 anos. Na capital, ganha a vida como taxista e, nas horas vagas, diz saber fazer de tudo um pouco. Há cerca de um mês pensou: “já que moro na beira de um canal, vou construir um navio e coloca-lo na água”. E assim o fez.

As fotos da réplica de uma cargueiro circulam nas redes sociais. (Foto: Marco Antônio P. Costa)

Autodidata, o artesão construiu a própria casa que apresenta características de uma bucólica galeria. (Foto: Marco Antônio P. Costa)

O homem construiu a própria casa, que tem uma arquitetura diferente por fora e por dentro é cheia de adornos feitos com criatividade, lembrando bastante ateliês. Sobre a técnica e inspiração, explicou:

“Eu acho que é da mente da gente. A gente fazer, criar, montar, pintar, porque, na verdade, o meu saudoso pai não sabia fazer um remo, não sabia nada de carpintaria. Eu sou um carpinteiro profissional, eu seu fazer de tudo na vida. Fazer casa, eu aprendi vendo os outros fazerem. A pessoa para aprender uma coisa, não precisa o profissional pegar na sua mão. Basta você olhar e criar na sua cabeça”, explicou o artesão.

As replicas de embarcações estão espalhadas pela casa do Heraldo. (Foto: Marco Antônio P. Costa)

Este é o seu maior navio construído até o momento, ainda que tenha saído menor do que gostaria. Ele é feito de isopor, madeira e PVC e para garantir sua flutuação tem, além dos isopores, garrafas pet por baixo.

Heraldo conta que desde que colocou sua pequena embarcação na água, sua rua ficou movimentada como nunca, pois muitas pessoas passam e param no lugar para fazer fotos, certamente curiosos do porquê daquele cargueiro estar ali.

O homem conta que, inicialmente, o seu projeto não era vender, mas agora já admite uma venda para ele construir um ainda maior. Um pouco ciumento, ele faz a ressalva de que a pessoa que o comprar tem que levá-lo para um rio, canal ou lago, pois ele não gostaria que a obra ficasse exposta a depredações.

Com orgulho, conta que recebeu comunicados até de outros países.

“Essa arte já está sendo visualizada até em outros países, até na Alemanha. Já veio gente querendo comprar e eu aviso: isso é pra quem mora ao lado de um canal, aí a pessoa quer colocar em uma calçada, não adianta. Mas eu venderia se aparecesse alguém que me desse R$ 200 para levar para um riacho, um terreno, venderia e faria um maior, com seis metros, bem largo e comprido”, finalizou Heraldo.

Quem quiser entrar em contato e conhecer as artes do taxista artesão, pode ligar para (96) 99115-5369.

Para flutuar, Heraldo preparou a parte de baixo da réplica com garrafas pet e isopor. (Foto: Marco Antônio P. Costa)

Agora o artesão já pensa em comercializar suas obras e diz já ter recebido propostas de compra até de fora do país. (Foto: Marco Antônio P. Costa)

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!