Antirrábica: Amapá não alcançou meta nos últimos dois anos

Macapá concentra 60% da população de cães e gatos do estado. Em 2019 ficou em 13,06% de cobertura vacinal e em 2020 caiu para 8,62%.
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Boletim epidemiológico divulgado recentemente pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) do Amapá, mostra que o estado não alcançou a meta estipulada pelo Ministério da Saúde para vacinação antirrábica nas duas últimas campanhas.

De acordo com dados, em 2019 o estado teve 52,03% da cobertura e em 2020 ficou em 39,50% – ambos percentuais abaixo dos 80% estabelecidos pelo MS. Apesar disto, o Amapá não registra casos de raiva em humanos há quase 30 anos.

VEJA O BOLETIM NA ÍNTEGRA

Macapá possui a maior população de cães e gatos do estado, cerca de 60%. Em 2018, mesmo que abaixo do ideal, a capital conseguiu vacinar 64,74% de cães e gatos. Mas estes números caíram bastante nos últimos dois anos. Em 2019, ficou em 13,06% e em 2020 caiu ainda mais, apenas 8,62%.

Em Santana, que tem a segunda maior população de cães do Amapá, o número é ainda pior. Em 2019, não houve nenhuma campanha de vacinação e em 2020 houve apenas 4,21% de cobertura vacinal.

A raiva é uma doença grave transmitida ao ser humano pela saliva de animais infectados, especialmente pela mordedura de cães e gatos, mas também através de arranhões ou lambidas. A letalidade da doença é alta, quase 100%. Dificilmente uma pessoa que contrai raiva sobrevive.

Amapá teve 52,03% e 39,50% de cobertura nos últimos dois anos, percentuais abaixo dos 80% estabelecidos pelo MS. Fotos: Arquivo/SN

Para a SVS, a pandemia de covid-19, que limitou o acesso de equipes de saúde às residências e impediu as campanhas massivas – pois aglomeram grande público – é um dos principais fatores para a baixa cobertura, mas não é o único.

Para que os municípios executem as campanhas antirrábicas, é necessário que tenham em seu quadro profissional pelo menos um médico veterinário. Quando isto não ocorre – que é o caso em oitos municípios do Amapá – o estado tem que assumir, em parceria com o corpo técnico disponível nestas prefeituras, a execução da vacinação.

Cutias do Araguari, Itaubal do Piririm, Calçoene, Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Pracuuba, Mazagão e Porto Grande são os oito municípios que não possuem médicos veterinários em seus quadros. Neste caso, figura como exemplo positivo, Serra do Navio. Em 2019 apresentou 94,50% da cobertura. Em 2020 foram 81,17%. Ambas acima da meta. Também cumpriram as metas Cutias do Araguari e Pedra Branca do Amapari.

Contrastando com estes municípios, em Calçoene 42% de cobertura foi atingida em 2019 e não houve campanha de vacinação em 2020.

Seles Nafes
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