Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Uma proposta de fechamento do atendimento de urgência e emergência na Unidade Básica de Saúde (UBS) Rubim Aronovitch, no Bairro Santa Inês, zona sul de Macapá, está mobilizando a comunidade do entorno e funcionários da casa de saúde.
A decisão teria sido comunicada pelo diretor da unidade, que não foi encontrado para confirmar a informação. A Prefeitura Municipal de Macapá (PMM), também foi questionada, mas não confirmou ou negou a informação.
O fato é que a comunidade falou ao Portal SelesNafes.com e reclamou da proposta de que a partir de 1° de julho a emergência do Rubim irá ser transferida para a UBS do Bairro Congós, na zona sul de Macapá.
Atualmente, há cerca de dois meses, o Rubim Aronovitch é uma das unidades municipais vocacionadas apenas para o atendimento à covid-19. No entanto, desde que o prefeito de Macapá era o médico Papaléo Paes, no início da década de 1990, a comunidade garante que conquistou o serviço de urgência e emergência para a unidade e que perdê-la agora, por critérios não explicados, não faria sentido.
“Eu sou morador há mais de 43 anos do Bairro Santa Inês e nós ficamos sabendo, na semana passada, que a unidade vai deixar de atender urgência e emergência. Nós moradores ficamos preocupados e começamos a nos mobilizar, pedir uma resposta da prefeitura, principalmente do gestor o porquê está tirando esse serviço de nós”, declarou um morador, que preferiu não se identificar.
Ele ainda fez questão de pedir a sensibilidade da prefeitura, bem como o engajamento de vereadores da capital para que ajudem a evitar a mudança.
Uma servidora – que também preferiu não se identificar -, mas que esteve, no final da tarde desta quarta-feira (22), reunida com outros servidores e com moradores da comunidade para conversar sobre a questão, informou que caso a proposta prospere, serviços como suturas, emergências vinculadas a acidentes de trânsito, como cortes e outras escoriações, diarreias, vômitos, outras síndromes gripais que não a covid-19, e até infartos, deixarão de ser atendidos na unidade.
Para ela, não há justificativa plausível para questão, já que na zona sul há cobertura destes serviços, como por exemplo pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) zona sul e a UBS Lélio Silva, que pós-covid deve retornar ao seu atendimento normal.
Durante os anos, esclarece a funcionária da saúde, o Rubim Aronovitch alternou-se entre emergência de 18 horas, ou seja, até à meia-noite, ou de 24 horas, como estava acontecendo até antes da unidade voltar-se exclusivamente para os atendimentos covid-19.
A média de atendimentos diários nestes serviços de emergência da unidade, informa a servidora, era em torno de 300 diários e, dentre outros argumentos, ela pontua que se o fechamento for efetivado uma das consequências poderá ser o inchaço ainda maior sobre o já sobrecarregado Hospital de Emergências de Macapá (HE).
Além de tudo, a servidora informou que o diretor da unidade, pouco soube explicar quais seriam os serviços que restariam na unidade e o porquê das mudanças.
“O que o diretor passa é que nem ele sabe o que vai funcionar. Ele sabe dizer que vai ficar até às 18 horas e que vai funcionar sala de curativo, a vacina nunca voltou pra lá e se for funcionar acho que talvez volte, e esses serviços de rotina, consultas, pré-natal talvez, e ele também não sabe dizer, assim como o porquê que vão tirar a emergência”, concluiu a funcionária.