Empregada que torturava menina autista vai cumprir pena em casa

Fernanda Madureira Carvalho Belo foi capturada no Bairro Vale Verde, zona sul de Macapá, para ser apresentada ao sistema penitenciário.
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Por OLHO DE BOTO

A Divisão de Capturas da Polícia Civil do Amapá apresentou ao sistema carcerário, nesta quarta-feira (16), uma mulher condenada por espancar, torturar e cometer vários tipos de abusos contra uma menina autista, de apenas 7 anos. O caso ocorreu no ano de 2015, mas só agora saiu a sentença transitada em julgado. A vítima atualmente tem 13 anos de idade.

Fernanda Madureira Carvalho Belo, de 27 anos, foi condenada a 3 anos e 8 meses pelo crime de tortura. Ela foi capturada nesta manhã na sua casa, no Bairro Vale Verde, Distrito de Fazendinha, na zona sul de Macapá.

À época, o crime foi apurado pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra a Criança e Adolescente (Dercca). Além de Fernanda, que trabalhava na casa da vítima como empregada doméstica, há ainda outra ré no processo, que não teve o nome revelado pela polícia: a babá da criança. Ela ainda não foi julgada.

De acordo com o delegado Fábio Araújo, Diretor de Polícia Especializada (DPE), os pais foram alertados das agressões por uma professora da vítima, que percebeu mudanças no comportamento da criança. A convivência com a violência imposta pelas duas mulheres tornou o comportamento da criança agressivo. Ela passou a bater em colegas da escola e a chamar palavrões.

A irmã mais velha, de 8 anos de idade à época, também já tinha levantado a desconfiança, quando flagrou a empregada ofendendo a criança com palavras obscenas.

Fernanda Madureira Carvalho Belo foi capturada nesta manhã na sua casa. Fotos: Olho de Boto/SN

Os pais, então, instalaram câmeras escondidas no imóvel. Os equipamentos flagraram as duas funcionárias agredindo ao mesmo tempo a menina, no domingo de carnaval de 2015. As cenas eram fortes: a criança era espancada com tapas no rosto, puxões de cabelo, pontapés e até com pancadas usando um tablet e sandálias para atingir o rosto da vítima. A menina era agredida em vários horários, durante o banho, durante refeições.

Agente Pascoal, da Divisão de Capturas, e delegado Fábio, diretor do Departamento de Polícia Especializada

“Essa condenação é recente. Nós soubemos que ela e uma coautora agrediram várias vezes uma criança especial, que tinha autismo. Ela era a empregada da casa e a coautora nas agressões era a babá”, complementou o delegado.

Regime domiciliar

Apesar de todo o histórico de agressões, Fernanda Não ficará na cadeia. A Vara de Execuções Penais de Macapá decidiu que ela cumprirá a pena em regime domiciliar. Por isto, a apresentação dela feita pela polícia no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), presídio que fica na zona oeste de Macapá, foi uma mera formalidade.

O sistema penitenciário vai providenciar os trâmites para que ela cumpra a ordem de condenação da justiça em casa.

Seles Nafes
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