Sargento é condenado a 23 anos por roubo que terminou em morte

Armas apreendidas pelo Bope com o grupo. Além do sargento, outro seis acusados foram condenados
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Por SELES NAFES

A juíza Marcella Peixoto Smith, da Vara Única de Pedra Branca do Amapari, cidade a 180 km de Macapá, condenou a 23 anos e 9 meses de prisão, em regime fechado, o sargento da Polícia Militar do Amapá, Douglas Bararuá da Silva, pelo roubo a agência do Banco do Brasil que terminou em troca de tiros com o Bope e com a morte de um dos assaltantes. O crime ocorreu na madrugada do dia 5 de maio de 2019.

Além do sargento, também foram condenados Tárcio Santana Barriga, Júlio César dos Santos Gomes, Matheus Andrew Moreira Serrão, Jhonatan Patrick Machado do Nascimento e Ivanildo dos Santos Melo, todos com penas a cima de 20 anos em regime fechado. O sétimo integrante do grupo, Gerson Picanço Campos, foi morto dentro de um dos dois veículos usados no roubo, durante a troca de tiros com os policiais do Bope. O oitavo componente conseguiu fugir.

O batalhão não estava por acaso no município. Na época, após ocorrências de furtos em agências bancárias e dos correios em vários municípios, o comando do Bope tinha enviado policiais para fortalecer o policiamento no interior do Amapá. De acordo com o processo, a movimentação dos oito homens em duas picapes pela cidade já tinha sido percebida pelas duas equipes do Bope que estavam em Pedra Branca. Os homens chegaram a ser vistos deitados em redes no pátio de uma casa. 

Os policiais decidiram fazer uma campana próximo a agência e flagraram o momento em que o grupo deixava o local, sem dinheiro. Houve intensa troca de tiros, com o sargento sendo baleado na perna esquerda. Ele estava no volante de um dos carros e chegou a gritar se identificando como policial.

Além das armas de fogo, foram apreendidas as ferramentas usadas no roubo, entre elas maçaricos, cilindros de oxigênio e alicates de pressão, radiocomunicadores e até um bloqueador de sinal de alarme. Segundo as investigações, o grupo teria sido arregimentado pelo sargento no estado do Pará. Ele já tinha morado na cidade e chegou a conduzir o curso de formação da Guarda Municipal. Era bastante conhecido pela população do município, que o tinha como pessoa acima de suspeita.

Ferramentas usadas no arrombamento a agência

Comando do Bope e Corregedoria falaram sobre a participação do sargento no assalto

Sargento Bararuá já tinha atuado em Pedra Branca

Durante o processo, todos os acusados aguardaram em prisão domiciliar com uso de tornozeleira. No caso do sargento, ao julgar o processo, a juíza Marcella Peixoto registrou que ele descumpriu a prisão domiciliar ao não comparecer na data marcada para trocar a tornozeleira que estava com defeito, o que enseja a prisão preventiva. Como cumpriu 1 ano e 10 meses, esse tempo foi deduzido da sentença, resultando em pena definitiva a ser cumprida de 21 anos e 10 meses.

A magistrada citou ainda a crise causada no sistema bancário de Pedra Branca após o assalto frustrado. A cidade ficou sem atendimento bancário por 4 meses, por conta da perícia, investigações e protocolos do banco, e os caixas eletrônicos sem dinheiro durante 6 meses.

Com a condenação em primeira instância, a defesa dos acusados ainda poderá recorrer ao Tribunal de Justiça.

Seles Nafes
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