Vítimas dormiam quando árvore caiu sobre barracão no Jari

Delegado que investiga as mortes disse que irá opinar pelo arquivamento do inquérito por entender que não houve um culpado
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Por SELES NAFES

O delegado Rômulo Viegas, que investiga as mortes de seis trabalhadores provocadas pela queda de uma árvore no município de Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, revelou na noite desta terça-feira (15) que vai opinar pelo arquivamento do inquérito. Ele entende que as mortes não tiveram um culpado, ou seja, não foram geradas por ação humana.

Ele e uma equipe de investigadores e peritos sobrevoaram o local ontem a tarde, mas não puderam pousar porque a floresta é muito fechada. No entanto, foi possível avaliar que a castanheira centenária já estava morta e, provavelmente, encontrava-se instável pela ação da chuva e ventos.

A polícia já sabe muitos detalhes sobre o que ocorreu na madrugada de segunda-feira (14). Por exemplo, quando a árvore caiu todos dormiam no barracão, por volta da 1h de segunda. Seis pessoas morreram por ferimentos ou asfixiadas. Foram três vítimas do sexo masculino de 52 anos, 1 ano e 24 anos, e três mulheres de 18, 20 e 53 anos. 

Outra informação: os primeiros sobreviventes, feridos, levaram mais de duas horas para chegar caminhando pela floresta até o barracão de extrativistas mais próximo para pedir socorro. O percurso entre a sede da comunidade de São Pedro e o local do acidente é feita em oito horas em trator.

“Começamos a receber as primeiras informações por volta das 14h, por isso alguns corpos já estavam começando o processo de decomposição por causa da humidade”, lembrou o delegado.

Trator transportando corpos e sobreviventes para a sede da comunidade. Foto: Reprodução

Equipe da Polícia Civil e GTA sobrevoaram ontem (15) o local

Sobreviventes levaram mais de 2 horas para chegar ao local mais próximo e pedir socorro

Árvore estava morta. Foto: Polícia Civil do Amapá

O legista também concluiu que os ferimentos de algumas vítimas fatais são compatíveis com a queda da árvore, enquanto outras morreram por asfixia causada pelos destroços do barracão.

O delegado ainda vai aguardar a conclusão oficial do laudo da Politec para encerrar o inquérito.

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