Refugiados venezuelanos pedem ajuda deixar o Amapá

A família fica sempre no semáforo do canto do Cemitério São José, na esquina da Avenida Maria Quitéria com Rua Santos Dumont, zona sul de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Muita gente já reparou em uma família de venezuelanos que pedem dinheiro em semáforos do Bairro Buritizal, zona sul de Macapá. O casal Lannis Gonçalves, de 48 anos, e Héctor Suarez, de 40 anos, quer ajuda para ir com seus quatro filhos pequenos para a cidade de Dourados, no Estado de Mato Grosso do Sul (MS).

Lannis contou que ela e sua família estão no Brasil há cerca de três anos. Vieram da cidade de El Tigre, no Estado de Anzoátegui, na região central da Venezuela. Já passaram por Pacaraima (RR), Manaus (AM) e Santarém (PA), até chegarem em Macapá (AP), há cerca de seis meses. Mas, as coisas não estão dando certo.

A matriarca contou ao Portal SelesNafes.com que em Dourados a sorte sorri mais para os refugiados. Lá, ela tem outros três filhos mais velhos que arrumaram empregos.

Um trabalharia em um frigorífico da empresa Seara, outro na Perdigão e uma terceira filha estaria trabalhando como babá. Eles teriam, portanto, condições de ajudar Lannis a recomeçar a vida, com moradia digna, roupas, alimentação.

Lannis Gonçalves e Héctor Suarez querem ir para a cidade de Dourados (MS). Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

A situação econômica e social da Venezuela é dramática. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), 5,4 milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos. Fortemente dependente do petróleo, o país viu o preço do barril despencar no mercado internacional e sua crise, que já era grande, avançar em níveis alarmantes.

Lannis é a ponta desse processo de crise, a parte mais frágil. Ela conta que perdeu o neto por falta de medicamentos e que está fugindo da fome e da miséria.

“Eu não quero comida, eu não quero roupa, eu quero agora que me ajudem com as passagens. Eu não quero ficar pedindo na rua, quero encontrar com os meus filhos porque eu vim para esse país para lutar, para trabalhar”, declarou Lannis.

Conselho Tutelar

Quando nossa equipe chegou para conversar com a família, o Conselho Tutelar de Macapá estava no meio de uma ação de fiscalização.

Janaína Marques, conselheira tutelar da zona sul de Macapá

A família, que mora em uma casa do Bairro Universidade, periferia sul de Macapá, estava sendo levada, pois é proibido que as crianças fiquem pedindo nas ruas, expostas na beira da pista, correndo riscos.

“Recebemos uma denúncia, enviaram as fotos das crianças pelo WhatsApp. A gente se deparou aqui com as crianças brincando bem na beira da rua, o que é muito perigoso, conversamos com a Dona Lannis, que informou que é venezuelana, já veio de várias outras cidades, Roraima e tem outros filhos do Mato Grosso do Sul e ela quer pra lá. Ela disse que buscou ajuda do governo, mas conseguiu só alimento e a gente agora vai fazer essa busca pelas necessidades básicas para atender as crianças, a família e também ela vai ser notificada para que ela não possa mais trazer as crianças para a rua, para essa situação de risco”, declarou a conselheira tutelar da zona sul Janaína Marques.

As quatro crianças têm entre 2 e 9 anos de idade, aproximadamente. A família fica em frente a um supermercado do Buritizal, no canto do Cemitério São José, na esquina da Avenida Maria Quitéria com Rua Santos Dumont. Para contato, o telefone é (96) 98417-7362.

Seles Nafes
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