Cenas da cidade: o anoitecer na beira do rio

Orla da capital amapaense é um dos locais das mais belas cenas da cidade.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Um casal de jovens e uma senhora. A brisa do Rio Amazonas, misturada de cheiros do Atlântico e do extremo oeste do Marajó, a lua crescente, o camarão no bafo, uma boa conversa e risadas, enquanto a orla do Santa Inês registra pessoas voltando para casa, pessoas se divertindo e outras se exercitando.

Essa cena da cidade, que parece corriqueira, chamou atenção pela simplicidade e pelo ar bucólico, despretensioso e bonito do momento, na noite da quinta-feira, 22 de julho de 2021. A simpática e risonha senhora da foto é Maria de Nazaré Cavalero de Nascimento Mesquita, de 88 anos, que foi levada para passear pelos noivos Rafael Alan Góes Silva, de 32 anos e Ana Rosa da Costa Lima, de 24 anos.

Eles pegaram uma mesinha, cadeiras e uma travessa de camarão com bebidas e viraram de frente para o Rio Amazonas e a para o luar, em dos decks de um dos pontos mais bonitos da orla da cidade. A maré estava calma, e o vento parecia estar no aquecimento para empolgar a “água grande” que viria mais tarde.

Maria de Nazaré é de Belém e mora em Macapá há cerca de cinco anos e a amizade entre eles surgiu há dois anos, a partir do trabalho de Rafael com o sobrinho da senhora com ares elegantes.

Simpática e risonha senhora Maria de Nazaré Cavalero de Nascimento Mesquita, de 88 anos, não dispensa uma passeio na orla. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

Rafael garantiu que já virou mania: duas ou três vezes por semana estão buscando um local na orla da cidade para contemplar a vista e curtir o movimento.

“Gosto muito aqui da orla e venho de vez em quando. Estou bem de saúde e mulher não gosta de falar a idade”, brincou Maria de Nazaré.

Os noivos planejam se casar em novembro e Rafael afirmou que eles fazem questão de aproveitar as belezas da cidade de Macapá, ainda que acredite que a população, no geral, deveria fazê-lo mais. Além da economia de escolher um cantinho e levar seu próprio camarão, ali no deck ele fica mais próximo do rio, na verdade, poucos metros acima dele.

Eles pegaram uma mesinha, cadeiras e uma travessa de camarão com bebidas e viraram de frente para o Rio Amazonas e a para o luar

“Quando não é aqui, vamos lá na praça [do coco], nós três e a irmã dela que hoje não quis vir. A gente mesmo prepara o camarão e traz, R$ 20 reais o quilo! Está claro e ficamos geralmente até no máximo às nove horas. É ótimo vir pra cá”, declarou Rafael.

Aproveitando as belezas da orla um um dos decks

E quem caminhava seguiu seu caminho, a maré encheu e vazou para depois encher de novo e determinar como vivem milhares de povos ribeiros – como nós –, que temos o grande privilégio de termos aqui, bem na frente de Macapá, o desembocadouro do grande Rio-Mar, que desde os Andes Peruanos traz consigo histórias e a marca dos povos latinos e das florestas e serve para a contemplação da Maria de Nazaré, do Rafael e da Ana Rosa.

Seles Nafes
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