Com doações, busca pelos garotos perdidos não parou

Renato e Fabrício se perderam na floresta em Calçoene, a 370 km de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Há 119 dias, desde 8 de abril, em Calçoene, município distante 370 quilômetros da capital amapaense, começava o drama de Renato Siqueira, de 13 anos, e Fabrício de Oliveira, de 14 anos, que se perderam na mata quando foram apanhar açaí.

O que pouca gente sabe, é que poucos dias antes de completar quatro meses do desaparecimento, quando as instituições oficiais desistiram, as buscas continuam.

Oficialmente, Bombeiros, Polícia Civil, Militar, o Exército Brasileiro e guarda parques encerraram as buscas há bastante tempo. No entanto, os mateiros, voluntários que se solidarizam à causa dos garotos e se compadecem do sofrimento das famílias, seguem as buscas por conta própria.

E não tem sido fácil manter as buscas. Neide Siqueira, mãe do menino Renato, contou que recentemente as buscas tiveram que ficar paradas por quase uma semana, por falta de mantimentos.

Quem tem ido para a mata são voluntários, que precisam de recursos para deslocamento, enlatados, pilhas, lanternas e combustível para ir da sede da cidade de Calçoene até a região do Água Verde, onde a procura está sendo realizada. Além desses, outros gastos vão surgindo. Por sorte, a causa tem apoiadores.

Mateiros e outros voluntários se prontificam…

.. a entrar na selva e…

… tentar encontrar os meninos

O pastor Maurício Dias Lima, por exemplo, que mora na região do Aporema, município de Amapá, voluntariou-se para ajudar.

“Eu estive agora na região como voluntário, eles chamam de mateiro, fui ver a realidade. Na verdade faz muito tempo que eu acompanho esse caso e sentia o desejo de ir lá ver a situação, então, estive lá dia 26, passei seis na mata fazendo varredura, a procura dos garotos, a questão é que em Calçoene as coisas são muito caras, a família é muito pobre, muito humilde e eles nunca pararam as buscas”, contou Maurício, de 35 anos.

Por conta dos custos, a família teve a ideia de fazer o “arrastão do bem”, e saiu a percorrer as ruas de Calçoene com uma caixinha pedindo contribuições de R$ 1. É com o dinheiro arrecadado que, por exemplo, é o que mantem a atual equipe que está na mata e deve voltar nesta próxima sexta-feira (7).

Além disso, agora a família está organizando uma rifa com 11 prêmios no valor de R$ 2 para ajudar a manter viva a esperança de encontrar os garotos.

Na mata, voluntários…

… montam acampamento. Fotos: Divulgação

Neide falou que não pensa em outra hipótese que não seja a de que os garotos realmente se perderam. A Polícia Civil concluiu inquérito que também descarta outras possibilidades, como chegou a ser ventilado pelas redes sociais em algum momento após o desaparecimento. Os voluntários, os mateiros, também acreditam nisso, por isso seguem se embrenhando na floresta, em uma área de vastidão imensa, difícil de cobrir toda, mesmo depois que tanto tempo tenha se passado.

“A esperança é muito grande, eu creio muito em Deus e o que não é possível aos olhos humanos, para Deus nada é impossível. Tem hora que a tristeza bate, mas a esperança é maior. Tenho fé que vou ver meu filho de novo, eu vou trazer ele de volta daquela mata, com fé em Deus e a ajuda da população”, acredita Neide.

A mãe também pede para quem entende de mata, que conhece algo sobre o assunto ou mesmo que quer se voluntariar nas buscas, que entre em contato com ela pelo telefone (96) 98429-4068, que também é por onde ela realiza a venda das rifas. Seguem os dados bancários e PIX da Neide para doações.

PIX: [email protected]

Caixa Econômica

Agência 4708

Operação 1288

Conta Poupança 798951973-0

CPF 991901252-15

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