CRM volta a criticar liminares para formados no exterior apesar de enfraquecimento da pandemia

Presidente do conselho, Eduardo Monteiro, também manifestou preocupação com a demissão de médicos
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O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Eduardo Monteiro, voltou a criticar a concessão de liminares para que médicos formados no exterior recebam registro do conselho mesmo sem o exame de Revalida, do Ministério da Educação. Segundo a entidade, as ordens judiciais são baseadas no estado de pandemia de covid-19, apesar de os números revelarem queda na quantidade de internações pela doença.

De acordo com o CRM, as ordens continuam sendo emitidas na contramão do enfraquecimento da pandemia. Foram 10 liminares da justiça federal nas últimas semanas totalizando 90 decisões para que o conselho conceda registro aos médicos.

Após recurso do CRM, o Tribunal Regional Federal 1ª Região já derrubou 222 registros profissionais, entre eles do homem acusado de usar documentos falsos para provar que era médico, e que foi preso no início do julho.

Segundo levantamento da entidade, a taxa de ocupação de leitos por covid-19 é de apenas 27% nas redes pública e privada. O CRM afirma que na Unimed não há ninguém internado com a doença e lembrou que até a tenda do Hospital de Emergência não atende mais pacientes com covid, tendo sido transformada em UTI com 9 leitos.

“Essas informações e levantamento em hospitais públicos e privados, revelam que o argumento de falta de médicos para a pandemia não é justificativa para o deferimento dessas liminares para portadores de diploma em medicina obtido no exterior”, avaliou Eduardo Monteiro.

Homem acusado de ser falso médico tinha uma liminar. Fotos: Rodrigo Índio

Especialistas

O lado ruim da queda no contágio de covid-19 foi a dispensa de pelo menos 40 médicos formados pela Unifap, segundo levantamento do CRM.

O presidente lembrou que o Amapá necessita de médicos especialistas como neurologistas, por exemplo. Apenas oito profissionais nesse segmento estão no mercado.

Também há carências em outras áreas. São apenas 13 urologistas, 7 hematologistas, 5 pneumologistas e três geriatras, entre outros.

“Existem áreas que o Amapá nem possui especialista, como é o caso da psiquiatria infantil”.

Seles Nafes
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