Empreendedor conta como superou crise da pandemia com criação de codornas

Morador da zona norte de Macapá, Enok Martins iniciou o negócio na Pandemia e ainda teve que encarar um apagão.
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Por ANDRÉ ZUMBI

Muitos planos, principalmente de empreendedores, foram frustrados pela pandemia de covid-19. Por outro lado, muitos perseveraram e reinventaram a forma de fazer negócio no ramo que atuam.

Enok Nazareno Medeiros Martins, de 49 anos, tem como lema “o Brasileiro que nunca desiste”. Natural de Belém do Pará, foi um desses corajosos que não só sobreviveu a pandemia, mas também a um apagão no Amapá.

Ele conta que chegou por essas terras tucujus aos 17 anos, atraído por uma proposta de trabalho que garantia, segundo ele, um prato de comida – foi o melhor que conseguiu à época.

Antes de começar a criação de codornas, que é seu sustento e seu empreendimento, atuou por muito tempo vendendo doces, como Monteiro-Lopes, biscoito feito de trigo e manteiga, e outros tipos de lanches.

Também vendeu coxinha e pastel com suco, o famoso ‘lanche completo’, que todo trabalhador conhece muito bem. Mas com a pandemia, ele teve que abandonar a atividade devido à falta de material, ocasionada pelo fechamento das lojas.

“Primeira coisa que faltou pra mim foi a sacola. Minha fornecedora parou de abrir e as outras seguiram juntos”, narrou o criador.

A ideia para investir na criação de codorna partiu da necessidade de conseguir alimento para se sustentar. Fotos: André Zumbi

Das codornas…

… ele produz ovos para venda

A ideia para investir na criação de codorna partiu da necessidade de conseguir alimento para se sustentar, já que a condição para fazer compras em supermercado ou feiras estava muito limitada devido à pandemia.

“Aí eu tive que ter uma ideia para melhorar meu orçamento da prefeitura. Porque você sabe que funcionário da prefeitura não ganha lá essas coisas. Aí, optei por criar minha própria alimentação. Mesmo que eu compre a ração para os animais, esse dinheiro volta em forma de alimento. Meu projeto é autossustentável”, explicou o criador.

Ele disse que optou pela codorna devido o curto espaço de tempo que tem do nascimento do primeiro filhote até o abate, que é de 45 dias.

Enok: “Mesmo que eu compre a ração para os animais, esse dinheiro volta em forma de alimento”

Para encontrar os primeiros espécimes para dar início à criação não foi fácil. O empreendedor precisou pesquisar bastante porque no Amapá não haviam criadores de codorna gigante. Os primeiros cinquenta ovos vieram de Minas Gerais.

Apagão

Na primeira quinzena de novembro de 2020, durante a pandemia, todo Brasil acompanhou pelos meios de comunicação a aflição dos amapaenses, que além de estarem enfrentado a maior crise sanitária da história moderna do país, teve que encarar um apagão.

A chocadeira que ele adquiriu e o apagão chegou

Hoje ele conta com mais equipamentos para sua produção

Foi nesse período, em que o negócio estava germinando, que Enok enfrentou a primeira prova de fogo. Depois de comprar os primeiros ovos, iniciou o processo de construção da primeira chocadeira – uma espécie de estufa à energia elétrica. Foi no meio do processo de chocar os ovos que a energia acabou.

“Além da falta de energia ainda veio a chuva. Resultado: frio. Perdemos metade dos ovos numa única noite”, relatou o criador.

“Meu projeto é autossustentável”

Depois de quase dois anos de investimentos em chocadeiras, gaiolas e ração, Enock contou que já forneceu codorna gigante para seis criadores no estado e que o número de pessoas nesse ramo só vem crescendo.

No YouTube ele criou um canal chamado “Enok Martins, o brasileiro que nunca desiste”. Lá, ele dá dicas para criadores e mostra o dia-a-dia na criação de codorna.

Seles Nafes
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