Famílias cobram justiça às vítimas de feminicídio

Manifestação ocorreu em frente ao cemitério Nossa Senhora da Conceição, no Centro de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Nesta quinta-feira (12), no dia estadual de combate ao feminicídio, familiares de mulheres assassinadas pelas mãos de homens que foram seus companheiros realizaram uma manifestação cobrando o fim da impunidade.

O ato ocorreu na frente do Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no Centro de Macapá. O local foi escolhido, simbolicamente, para chamar a atenção e lembrar que as vítimas estão enterradas, enquanto os assassinos continuam vivos e alguns livres.

O Dia Estadual de Combate ao Feminicídio foi definido pela lei 2404, de 2019, e relembra a data em que a cabo da Polícia Militar (PM), Emily Monteiro, foi assassinada pelo hoje ex-policial militar e ex-namorado dela, Kassio de Mangas.

“Três anos atrás, a minha vida tomava outro curso. É difícil lembrar, é dolorido demais. Mas a luta por justiça segue, e, infelizmente, perdi minha filha. Eu sempre digo que caso fosse uma doença, eu ia lutar pela minha filha até o fim, mas eu a perdi para uma covardia”, contou, emocionada, Aldineia Miranda, mãe de Emily.

Aldineia Miranda: “É difícil lembrar, é dolorido demais. Mas a luta por justiça segue, e, infelizmente, perdi minha filha”. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

Mangas está preso e vai a juri popular. A data do julgamento, no entanto, ainda não está marcada.

Ingridy Cordeiro

Outra família presente na manifestação foi a da jovem Ingridy Cordeiro, que tinha 28 anos quando foi assassinada com um tiro, no dia 11 de dezembro de 2020, no conjunto Macapaba, zona norte de Macapá.

O assassino, aponta a família, foi o ex-namorado de Ingridy, que não aceitava o final do curto relacionamento de cerca de 4 meses.

Familiares de Ingridy Cordeiro cobram a captura do feminicida

Familiares de Ingridy encorparam o ato

Familiar da vítima mostra uma imagem do acusado foragido

“Ele não aceitou o final do relacionamento e nunca foi preso e até hoje está foragido. O nome dele é Edigelson Andrade da Silva e nós não temos nenhuma pista de onde ele esteja e não temos também nenhuma posição da Polícia Civil, se ele está sendo procurado ainda ou não. Ele está solto e minha filha está morta”, desabafou a mãe, Ivanete Cordeiro.

Ingridy deixou duas filhas e sua prima, Erica Cordeiro, fez uma fala na manifestação em que, dentre outras coisas, contou como é difícil explicar para as duas filhas que sua mãe não vai mais voltar. Assista

Kátia Silva

Outro feminicídio que ficou bastante marcado na memória social amapaense teve como vítima a empresária Kátia Silva, assassinada no dia 8 de julho de 2020, com arma de fogo.

O principal suspeito, que foi preso à época, era o recém namorado, o policial civil Leandro Freitas. A defesa dele trabalha com a tese de que não foi o autor do disparo, o que a família contesta com veemência.

Ana Teresa: “Não há dúvidas que o autor do disparo que tirou a vida da nossa irmã foi o Leandro Freitas”

Ato cobrou mais emprenho e celeridade das autoridades

Eles contestaram a tese de defesa do acusado

“Na nossa reconstituição, que foi presencial, e ficou bem claro que não existe uma terceira pessoa. Ali, só estava a minha irmã Katia Silva e o policial civil Leandro Freitas. Não há dúvidas que o autor do disparo que tirou a vida da nossa irmã foi o Leandro Freitas”, declarou Ana Teresa, irmã de Kátia Silva.

O policial está em prisão domiciliar e nesta sexta-feira (13) terá a quarta audiência, que definirá se irá a juri popular e se será julgado pelo crime de feminicídio.

Seles Nafes
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