Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Em Macapá, três mulheres que atuam em segmentos distintos da sociedade têm algo em comum: não se esquivam de debater sobre o corpo gordo e o preconceito existente contra as pessoas gordas e consideradas fora dos padrões estéticos. Estamos falando da chamada gordofobia.
Para difundir a discussão, elas se uniram e preparam uma live sobre o assunto, que será realizada no próximo domingo (29), transmitida através das redes sociais das debatedoras Érika Oliveira, empreendedora digital e especialista no mercado Plus Size (@erkaoliveira_plusize), Ingrid Barros, socióloga e modelo (@ingrid_barros) e Lunna Sandim, psicóloga (@lunnasandim).
O Portal SelesNafes.com entrevistou Érika Oliveira, que falou um pouco sobre o assunto e sobre o que deve rolar na live. Confira.
Por que é importante debater o corpo gordo e gordofobia?
Esse debate é uma forma de dar voz à luta contra a gordofobia. Através dele, podemos conscientizar e desconstruir rótulos, padrões: corpo, beleza, profissionalismo e saúde.
O preconceito caminha lado a lado com o corpo gordo, um corpo criticado, julgado, estigmatizado, desrespeitado, em diversos lugares da sociedade.

Evento ocorre no domingo, dia 29
Na moda por exemplo, é um corpo silenciado, não existia pra moda. Em setores profissionais, somos rotuladas, nossa aparência define nossa capacitação. É aí que está a gordofobia. Por isso devemos debater.
Assim como em outros segmentos, mulheres, negros, LGBTQIA+, há também um tipo de discriminação específico para os gordos? Como se manifesta?
Sim, existe essa discriminação e ela não vê idade, nem raça, nem orientação sexual.
Consiste e predomina a partir do momento que somos rotulados através de expressões que influenciam na ridicularização da nossa existência.

Ingrid Barros, socióloga e modelo
Na infância, uma criança que sofre o preconceito com sua aparência, sofre bullying. Na vida adulta esses ataques são definidos como ataques gordofóbicos.
A gordofobia são ações que inferiorizam pessoas, causam traumas e dados mentais. Se a sua vida foi abalada por julgamentos e por discriminações, você é uma vítima da gordofobia.
O ‘tribunal’ das redes sociais e caixinhas de comentários dos portais são terreno fértil para muitos comentários preconceituosos e sem noção. Você está preparada para enfrentar mais uma dessas batalhas?

Lunna Sandim, psicóloga
A internet tem seu lado sombrio, mas também foi onde tivemos voz, visibilidade, reconhecimento. Ser a primeira especialista em moda Plus Size em minha cidade não foi fácil, a cada ação minha profissional, tive que bater de frente com o preconceito, isso me fortaleceu, e me fortalece diariamente, é ultrapassado não pensar que somos uma potência, na moda um exemplo, geramos bilhões, é um mercado que está constantemente em ascensão, estou preparada para tudo! A minha luta e de minhas amigas neste projeto é para que exista respeito e igualdade, muitos podem não concordar com o que defendemos, mas terão que aceitar nossa existência, nossa competência.